Profa. Dra. Kayna Agostini
Universidade Federal de São Carlos
Nas últimas décadas, o número de estudos enfocando as interações planta-polinizador no Brasil aumentou e se diversificou muito. Vários estudos sobre déficit de polinização de culturas e diversidade de polinizadores ajudam a apoiar iniciativas de conservação relacionadas aos serviços ecossistêmicos mediados por polinizadores. Como resultado de um esforço colaborativo entre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e a Rede Brasileira de Interações Plantas-Polinizadores (REBIPP) foi elaborado um levantamento nacional que sintetiza o conhecimento atual sobre polinizadores, polinização e produção de alimentos brasileiros. No Brasil, 76% dos cultivos são dependentes de polinizadores (essencial = 35%; ótimo = 24%, modesto = 10%, pouco = 7%). Em relação a essa dependência e ao valor da produção anual da safra, estimamos um valor de polinização em torno de U$ 11 bilhões, dos quais grande parte (81%) se deve à produção de soja, café, laranja e maçã. A perda de habitat e os pesticidas foram identificados como as principais ameaças e podem gerar déficits de polinização. Por outro lado, o aumento da cobertura florestal e do manejo de polinizadores podem proteger este serviço ecossistêmico. Esta avaliação brasileira concluí que a diversidade de polinizadores brasileiros tem o potencial de aumentar a produção agrícola e garantir a segurança alimentar e o bem-estar humano e fornece suporte científico para estabelecer planos estratégicos e políticas públicas para a conservação dos serviços dos ecossistemas de polinização e produção de alimentos.
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