#DeputadosTrocamSocosEmPosse de eleitos por Minas Gerais .
O grande teatro do Palácio das Artes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, se transformou, na tarde desta quarta-feira (19), em um ringue de boxe. Com isso, o decoro e a formalidade exigidos pela solenidade de diplomação promovida ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) foi literalmente quebrada. Isso porque os deputados federais eleitos Cabo Junio Amaral (PSL) e Rogério Correia (PT) se agrediram fisicamente, outros parlamentares trocaram insultos e, com isso, deram uma amostra do clima acalorado que pode tomar conta da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa a partir de fevereiro deste ano.
A confusão começou após manifestações políticas de parlamentares ao receberem os diplomas de eleitos. O ápice foi quando parte da plateia presente no anfiteatro pediu para que o cerimonial da Justiça Eleitoral retirasse uma placa vermelha e com escrita “Lula Livre” levada por Beatriz Cerqueira, a mulher mais votada na Assembleia. O cerimonial do evento pediu que ela entregasse o cartaz, mas com a negativa o papel foi retirado das mãos dela por uma pessoa identificada como da organização do evento. O TRE não confirmou essa informação até a noite de ontem.
Pouco depois, Rogério Correia foi até os bastidores da cerimônia pegou um novo cartaz com os mesmos dizeres, e o ergueu andando em direção ao público. O ato causou a ira de Cabo Junio Amaral que deu um tapa na placa. O petista então deu um soco no militar, que revidou, até que a turma do “deixa disso” apartou a porradaria.
A briga ocorreu ao lado do governador eleito Romeu Zema (Novo) que foi retirado do palco e somente voltou após os ânimos ficarem menos inflamados. Mesmo com toda a confusão, os outros deputados eleitos foram receber os diplomas com placas "Lula Livre" e outros fazendo sinais de arma. Tudo isso foi acompanhado por gritos favoráveis e contrários da plateia.
Respostas. Aos jornalistas, Cabo Junio Amaral declarou que Rogério Correia fez uma manifestação fora do momento destinado a ele e que não respeitaram a democracia. “Isso é uma festa de todo mundo, mas eles não conseguem entender o que é democracia. Eles se manifestaram fora da hora. Se não tem ordem, a gente vai lá e resolve. Ele achou o quê? Que eu ia ficar na minha depois de levar um soco? Sou policial há 11 anos e nunca tive medo de vagabundo, e não vai ser agora.
Rogério, por sua vez, afirmou que vai estudar judicialmente as medidas a serem tomadas em relação ao Cabo Junio Amaral que praticou violência contra ele, que é um idoso. "Ele é um cabo e tentou atingir um idoso que estava se manifestando democraticamente. Ele poderia ter trago a placa dele e iríamos respeitar. Nós não vaiamos ninguém, apenas procuramos defender ideias. E eles vaiaram e agrediram”, afirmou. O parlamentar petista salientou que o futuro colega de Câmara não o atingiu e, por isso, não iria registrar Boletim de Ocorrência.
Após a confusão, a deputada estadual eleita Beatriz Cerqueira declarou que não estava tumultuando, mas sim fazendo um protesto silencioso: "Me senti agredida, todos sabem que a gente faz uma luta contra a prisão política do ex-presidente. Parlamento é o lugar onde você tem que respeitar o outro, de pluralidade. Não dá pra fazer da violência uma forma de política".
Coronel da PM
Após as agressões mútuas, o coronel da Polícia Militar Sandro Lúcio Fonseca e deputado eleito pelo PSL, aproximou-se da confusão e disse que o presidente do TRE tinha que "mandar prender" o deputado Rogério Correia. "Ele (cabo Junio Amaral) é autoridade aqui. Ele (Rogério Correia) agrediu (a autoridade policial). O presidente tem que prender ele, ele agrediu o deputado eleito. Esse país agora vai ter Lei, vai ter ordem, essa pouca vergonha não pode acontecer mais. Um deputado eleito sendo agredido aqui. Ele deu um murro no cabo (Junio Amaral). O presidente do Tribunal tem que prender ele", disse o militar.
Após a cerimônia, Fonseca se pronunciou e disse que são se pode admitir mais que um deputado eleito defenda um "criminoso condenado" como foi feito. "Não pode defender criminoso condenado, não. Eu estou falando de um criminoso condenado. Luiz Inácio Lula da Silva é criminoso condenado pelo Poder Judiciário brasileiro. Agora é a volta da verdadeira democracia, que tem dois lados e não a democracia da esquerda, que ficava patrulhando quem tinha o pensamento diferente. Agora é a verdadeira democracia, com o Bolsonaro e todos nós que os elegemos, defendendo que todos tem (sic) direitos, não é só a esquerda brasileira que tem direito de se manifestar não. Aqui é Bolsonaro", declarou o coronel, que foi aplaudido por pessoas que o cercavam.
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