NUTRIENTES ESSENCIAIS PARA A TIREOIDE
Existe um sistema muito complexo controlado por um conjunto de glândulas chamado hipotálamo-hipófise-tireoide.
O hipotálamo funciona como um scanner e que observa o tempo todo se a liberação dos hormônios está sendo efetiva.
A hipófise é uma glândula minúscula, tem o tamanho de um grão de arroz, mas muito poderosa!!
Ela é secretora de diveeeersos hormônios. Os nomes mais conhecidos são o GH, que é o hormônio do crescimento; a prolactina para as mamães amamentarem seus bebês; o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que regula o córtex das suprarrenais; o hormônio folículo estimulante (FSH), que atua no crescimento dos folículos nos ovários e espermatozoides nos testículos; o hormônio luteinizante (LH), que provoca a ovulação e a formação do corpo lúteo nos ovários e a produção de testosterona nos testículos. Além disso, estimula e comanda a produção de diversos outros.
Já a tireoide é uma glândula em formato de borboleta, localizada no pescoço e produz dois hormônios: a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3).
Os hormônios tireoidianos ajudam a manter normais a pressão sanguínea, o ritmo cardíaco, o tônus muscular e as funções sexuais. Algumas alterações na tireoide podem provocar o hipertireoidismo (a glândula produz hormônio em excesso) ou o hipotireoidismo (a produção de hormônios é deficiente).
Como o nome já deixa explícito, são hormônios que possuem como base a tirosina, que é um aminoácido e de três a quatro átomos de iodo em sua molécula. Portanto, o primeiro nutriente essencial para a sua tireoide é a tirosina.
A tirosina é um aminoácido facilmente encontrado em alimentos ricos em proteína como ovos e carnes, mas também em fontes vegetais como leguminosas e oleaginosas. A preocupação com a tirosina não é muita, já que uma gama de alimentos contém esse aminoácido.
Contudo, a formação dos hormônios tireoidianos, dependem do iodo e esse sim é difícil de encontrar.
Desde 1953, no Brasil, a legislação obriga que o sal seja adicionado de iodo. Essa determinação foi promulgada porque tínhamos muitos casos de bócio no país. O bócio é o resultado de um esforço grande demais da tireoide para liberar hormônios sem conseguir fazer isso de forma efetiva, então a glândula hipertrofia e cresce. Depois dessa obrigatoriedade do iodo no sal, praticamente não vemos mais casos de bócio. Contudo, não ter bócio não quer dizer que a glândula está suprida. Quer dizer que tem o mínimo de iodo para funcionar. Aproximadamente 150mcg/dia de iodo é o suficiente para não desenvolver bócio, mas não é o suficiente para prevenir o hipotireoidismo. Aqui é que muita gente se desespera e corre para o famoso Lugol. Isso é um grande erro. Uma gota de lugol chega a ter 60x mais iodo do que o consumo diário recomendado pela OMS. O iodo em excesso no organismo causa danos aos mecanismos reguladores da tireoide, inclusive interrompendo a produção dos hormônios tireoidianos.
O ideal é o consumo através da alimentação, principalmente de peixes como o arenque, cavalinha e atum, mas também algas como a alga nori, aquela do sushi. A mais famosa é a suplementação com alga Kelp.
Quando o hipotálamo, o tal scanner, identifica que esses T4 e T3 estão baixos, ele secreta o TRH, que será lançado na hipófise para estimular a produção do TSH. Até aqui, a tireoide não está produzindo nada. É mediante o estímulo do TSH que a tireoide secreta T4 e T3.
Preciso frisar que o T4 não possui função alguma no organismo, até porque nem receptores de t4 nós temos. O t4 precisa, então, ser transformado em T3.
Quem faz a conversão desses hormônios é a seleniodinase, uma enzima secretada pelo fígado, pelos rins e pelo baço. Pelo nome já percebemos que essa enzima depende de selênio, contudo, mas um nome melhor para ela seria seleniozincodinase, já também depende de diretamente do zinco.
O selênio é encontrado principalmente na Castanha do Pará e para alcançar a necessidades diárias bastam 5 ou 6 castanhas. Mas também é encontrado em pequenas quantidades nas sementes de girassol, no trigo e na gema de ovo.
Por fim, o zinco é encontrado principalmente nas ostras, nas carnes, nas sementes de abóbora e nas oleaginosas.
Temos mais um elemento importantíssimo nesse metabolismo de hormônios tireoidianos que é o ferro! Pessoas com ferritina baixa, ou seja, abaixo de 70 ng/ml tem maior possibilidade de desenvolver hipotireoidismo. Isso se dá porque a hemoglobina se torna incapaz de transportar o T3 pelo corpo, fazendo com que os hormônios tireoidianos se acumulam na corrente sanguínea. O corpo responde produzindo uma quantidade de hormônio T3 reverso (T3 biologicamente não ativo), para tentar “limpar” o excesso de T4 na corrente sanguínea.
Além disso, o ferro é cofator da tireoglobulina peroxidase (TPO) e a deficiência dessa enzima também reduz a síntese dos hormônios tireoidianos.
Alimentos ricos em ferro são as carnes vermelhas, feijão e folhas verde escuras.
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