O diretor clínico dos Cuidados de saúde Primários da ULS Estuário do Tejo salienta que "partimos de uma realidade em que 46% dos utentes dos 5 concelhos da ULS Estuário do Tejo não têm médico de família. Isso tem sido uma das principais preocupações desta equipa nestes cinco primeiros meses de trabalho da ULS, em que procuramos soluções para melhorar o acesso a quem não tem médico de família".
Nesse sentido, a ULS criou uma série de projetos, nomeadamente no concelho de Vila Franca de xira, que estão a ter resultados bastantes positivos em termos de satisfação dos utentes, refere o Dr. Sérgio Medina. Adianta que neste momento, estes projetos estão em condições de ser alargados aos outros quatro concelhos da ULS Estuário do Tejo. Estamos a falar da oferta de consultas para utentes sem médico de família atribuído, no centro de saúde de Vila Franca de Xira. Neste momento, temos um tempo médio de resposta de uma semana para uma consulta, quando anteriormente não havia sequer resposta aos utentes sem médico de família.
Foi também criada a modalidade de vídeo-consulta no Forte da Casa e Póvoa de Santa Iria, que tem um tempo médio de espera de dois dias, e que serve para situações que não exijam uma consulta de observação médica presencial. Também esta resposta tem sido muito positiva quer para a satisfação dos utentes, que antigamente não obtinham resposta, quer para os profissionais que se sentem frustrados por não conseguiram dar uma alternativa aos utentes". A ULS pretende agora alargar em breve as vídeo-consultas aos concelhos de Benavente, Alenquer e á freguesia do Carregado.
"Os médicos são sobrecarregados com a pressão de terem, além da sua lista de utentes, de ver ainda os utentes sem médico atribuído, e isso gera uma grande insatisfação os profissionais de saúde. Daí que até á data tenha sido muito difícil fixar médicos de família nestes cinco concelhos da ULSE Tejo", afirma o diretor dos CSP da ULS.
"Os cinco concelhos da ULSE Tejo ainda não têm uma cobertura total de USF - Unidades de saúde Familiar", refere o Dr. Sérgio Medina. "Temos uma USF modelo B em Arruda dos Vinhos, que tudo indica será o primeiro concelho que irá conseguir abranger a totalidade dos utentes com uma unidade de saúde familiar e isso será um marco importante para todos nós. As USF de Vila Franca de Xira, Vialonga, Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Alverca e Samora Correia também evoluíram para modelo B.
Temos registado uma evolução das USF do Modelo A para o Modelo B, o que traz a vantagem destas unidades contratualizarem, anualmente, com os seus profissionais uma série de indicadores de desempenho, pelo quais as equipas são avaliadas e recebem uma remuneração com um suplemento ajustado ao desempenho que tiveram perante os utentes, o que motivador para os profissionais e permite melhorar a qualidade da prestação dos serviços prestados aos utentes".
"Nesta ULS, o que fizemos, primeiramente, foi tirar a carga de pressão sobre os médicos de família que estão a exercer nas unidades funcionais, para que possam trabalhar e dedicar-se aos seus utentes e aos seus projetos com as suas equipas, de forma a sentirem-se motivados. Desta forma, pretendemos conseguir chamar mais profissionais para estas unidades de saúde", adianta.
"Não consigo indicar ainda uma data para a resolução do problema dos utentes sem médico de família. Estamos totalmente empenhados para alterar, melhorando as condições de trabalho dos nossos profissionais. Um dos aspetos essenciais são os sistemas de apoio informático, em que registávamos muitas deficiências, e que estão a ser reformulados. É muito frustrante para um médico estar a fazer uma consulta e não conseguir porque o computador ou a rede não funcionam. estamos empenhados em resolver esses problemas, por que só assim, vamos conseguir ser mais atrativos para os profissionais que queiram trabalhar connosco no SNS e dessa forma, engrossando os nossos recursos humanos, vamos conseguir mais rapidamente dar médico a todos os utentes", conclui o diretor dos Cuidados de saúde da ULS Estuário do Tejo.
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