O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto), disse hoje que, para cumprir a meta de inflação de 2023, seria necessário aumentar a taxa básica de juros para 26,5% ao ano. O economista destacou, no entanto, que seria “impossível” deixar os juros neste nível.
Campos Neto também disse que a autarquia está fazendo um processo de “suavização“, para não ter que aumentar a Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
“Se a gente quisesse atingir a meta em 2023, a última informação que tive é que a taxa teria que ser 26,5%. É óbvio que a gente entende que isso é impossível”, afirmou o economista, em coletiva sobre o relatório trimestral de inflação.
O presidente Lula e aliados do governo têm criticado o BC e Campos Neto por causa da decisão da autarquia de não reduzir a taxa básica de juros. Durante a entrevista, o economista também disse que está vendo “uma politização de uma linguagem muito técnica“ da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), ao ser questionado sobre o trecho que diz que o Banco Central “não hesitará” em retomar o ciclo de ajuste se a desinflação não ocorrer como esperado, mantido na última decisão. “A menção de alta de juro na ata vinha desde setembro, de antes da eleição”, acrescentou.
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