Veja uma curta e rara entrevista de Tarsila do Amaral na exposição comemorativa dos 50 anos da Semana de 22, concedida em 1972, poucos meses antes de sua morte, que viria no início do ano seguinte: A artista, embora não tenha participado da Semana, pois estava em Paris, desempenhou um importante papel no movimento que se formou a partir daquele evento.
Ícone do modernismo brasileiro, Tarsila do Amaral morreu há quarenta anos, em 17 de janeiro de 1973, aos 83 anos de idade. Uma de suas obras mais famosas, o “Abaporu”, não está em território brasileiro: faz parte do acervo do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba). Ainda assim, é possível conferir várias obras importantes de Tarsila do Amaral no Brasil, como o “Autorretrato”, em que aparece com um vestido vermelho, e um estudo para o quadro “A Negra” feito com nanquim.
Uma desbravadora na década de 1920. Tarsila do Amaral nasceu em uma família paulista rica, estudou na França, conviveu com intelectuais europeus e conheceu boa parte do mundo. Passou por grandes tristezas. Perdeu a neta, a filha, mas manteve a alegria estampada nas telas. Se encantou com a paisagem de Minas Gerais. Levou as cores – chamadas de caipiras – para as pinturas, contrariando os críticos que achavam esses tons de mau gosto.
Teve quatro casamentos. O grande amor: Oswald de Andrade – escritor que conheceu poucos meses depois da Semana de Arte Moderna de 1922. Das mãos de Tarsila, saiu ‘Abaporu’, obra que inspirou Oswald de Andrade a criar o movimento antropofágico. A proposta era digerir a cultura europeia e devolvê-la com identidade nacional. Os pincéis de Tarsila também revelavam a preocupação com a situação social dos brasileiros. O Brasil, sua gente e suas cores foram para as telas e deixam deslumbrados admiradores no mundo inteiro.
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