Pedro Abrunhosa ou o entrevistado que tornou este ciclo de entrevistas ainda mais plenas de poesia. Pedro Abrunhosa ou o cantor poeta para quem a saudade é luminosa e a palavra MAR intraduzível. Português e com grande orgulho de o ser, lembra-nos o Padre António Vieira quando diz que temos « um lugar para nascer e o Mundo inteiro para morrer» !
Para o Pedro o axioma da nossa identidade nacional é a língua Portuguesa, língua na qual escreve e canta todas as suas canções, contando-nos histórias e assumindo-se como herdeiro dos verdadeiros contadores de histórias da sua aldeia.
Na sua opinião há dois países encaixados num só Portugal: o Portugal litoral versus o Portugal interior, ainda que não acredite em muros por mais altos que eles sejam : não haverá nunca « um muro que separe os que têm fome dos que têm a seara ». Convive mal com quem não se revê no seu vizinho, posto que para ele « nós somos os outros e os outros somos nós ».
Assiste com algum desconforto ao aparecimento dos nacionalismos exacerbados, frutos de um total desconhecimento duma história recente e que podem levar a uma política do fechamento sobre nós próprios, o que não augura nada de bom. Daí que, redescobrir Portugal tenha de ser o estandarte a ser levado, quase que obrigatoriamente pelas gerações vindouras.
O país que o Pedro mais gosta é aquele onde a simplicidade, a genuinidade, a forte ligação telúrica que teimamos em ter e uma certa inocência naïve em ser Português possam prevalecer, enraizados num Povo que um dia ousou virar as costas à terra para se lançar nesse MAR… nosso eterno aliado.
Acredita que no dia em que conhecermos alguém pela primeira vez e a seguir a perguntarmos o nome, perguntarmos qual é o instrumento que toca… começamos a estar no bom caminho, aquele que pode fazer "milagres" (ainda que o não goste muito desta palavra). É que quando tudo parecer se esboroar, vai ser na ARTE que iremos encontrar o caminho da salvação… feito invariavelmente pelos criadores : poetas, filósofos, pintores, músicos e todos os artesãos do que é verdadeiramente BELO.
Uma conversa que poderia ter entrado pela noite dentro, noites onde há sempre fadas pelo céu e gigantes como o Pedro!
Os convidados para a mesa do Pedro Abrunhosa: Eça de Queirós, José do Canto, Sophia de Mello Breyner e Ary dos Santos.
A escolha musical da Pedro: Estrela da tarde, letra de Ary dos Santos e interpretada por Carlos do Carmo.
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