A semana começou com uma das maiores operações militares recentes de Israel na Cisjordânia, com foco na cidade de Jenin, onde fica um extenso e antigo campo de refugiados palestinos, aberto ainda nos anos 1950. Os ataques envolveram a ação de drones, tanques e tropas terrestres, e as autoridades locais apontam que pelo menos 12 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O governo israelense justificou a ação, afirmando que os alvos eram supostos grupos terroristas baseados em uma cidade que há décadas é considerada símbolo da resistência palestina, e que não raro é chamada de "capital dos mártires". De fato, várias ações contra cidades israelenses e assentamentos judaicos na Cisjordânia, considerados ilegais pelas leis internacionais, foram lançadas a partir de Jenin. Apesar das justificativas, organizações humanitárias, como a Médicos Sem Fronteiras e o Crescente Vermelho, além das Nações Unidas, apontaram para a escala desproporcional de destruição causada pelas forças israelenses em Jenin. Há relatos de que as equipes de resgate não podem chegar a determinadas áreas bombardeadas para resgatar feridos, e de centenas de famílias deixando a região em busca de um pouco de segurança. Em mensagem à população, o premier Benjamin Netanyahu sinalizou que a operação poderá se alongar por mais algumas horas...ou dias. Antes mesmo da operação em Jenin, a Cisjordânia vinha enfrentando uma alta considerável nas mortes em episódios de violência, especialmente de cidadãos palestinos, mas também de colonos que vivem nos assentamentos e integrantes das forças de segurança. Um cenário que traz sinais compatíveis com o que seria o início de uma potencial e trágica nova Intifada, como são chamados os grandes levantes palestinos contra Israel, e que já ocorreram em duas ocasiões.
Essa crise de segurança também ocorre no momento em que a sociedade israelense está dividida em torno de um projeto de Netanyahu para reformar o Judiciário do país, para fazer o que o premier diz ser uma "correção de rumo". Contudo, o projeto é apontado como uma tentativa de Netanyahu de ampliar seu controle sobre as instituições de Estado, e desde o começo do ano tem levado multidões às ruas do país, incluindo integrantes das forças de segurança. O Ao Ponto desta quarta-feira analisa os ataques em Jenin e como o cenário político em Israel pode contribuir para o agravamento da situação de segurança na região. Quem conversa com a gente é a correspondente Paola de Orte, direto de Tel Aviv, que explica o contexto por trás da operação militar e como os principais atores políticos locais estão agindo na atual crise.
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