Vou contar uma coisa para vocês. Esse atentado de hoje, na Turquia, não tem nada a ver com briga entre mocinho e bandido. O terrorista que se explodiu em Istambul, e matou dez ao redor dele, era mais um safado do Estado Islâmico. Mas o governo turco não é 100 por cento inocente nessa história. A Turquia, até há algum tempo, tentava dar uma força por debaixo do pano ao Estado Islâmico, porque o governo turco e o grupo terrorista têm dois inimigos comuns. Ambos trabalham para que a Guerra Civil na Síria termine com a queda do ditador Bashar al-Assad. E os dois também querem ver pelas costas as forças militares do Curdistão. Os curdos são muçulmanos sunitas que têm uma cultura nacional, mas não têm território próprio. Estão espalhados pelo Irã, pela Turquia e pelo Iraque. Eles têm um partido e uma milícia que enfrentam a Turquia numa guerra de independência. O mundo dá voltas, e a Turquia, por pressão dos Estados Unidos, entrou na briga da Síria para também combater o Estado Islâmico. Lembrem-se que os turcos fazem parte da Otan, que é a aliança militar ocidental comandada pelos americanos. Com a reviravolta, agora a Turquia tem dois grandes inimigos. São os curdos e esses psicopatas do islamismo, que atendem pelo nome de Estado Islâmico. Esses terroristas cometeram em outubro um outro atentado na capital da Turquia, na cidade de Ancara. Os terroristas mataram mais de cem pessoas nesse atentado. Por que é, então, que não se fez tanto barulho naquela época. É porque agora morreram estrangeiros. Ao que parece nove turistas alemães. E também porque Istambul é o cartão postal da Turquia. Ela agora vai perder turistas. É uma cidade em que a metade dos bairros está na Europa, e a outra metade, está na Ásia, com um canal no meio. Istambul é velha Constantinopla, que mudou de nome no século 15, quando ela foi invadida pelos muçulmanos do Império Otomano. Mas isso já é uma outra história. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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