Pesquisadores brasileiros detectaram casos de infecção simultânea por linhagens diferentes do coronavírus. A pesquisa é parte do trabalho da Rede Corona-ômica BR, coordenada pelo virologista Fernando Spilki. A rede sequencia e analisa o genoma do coronavírus em todo o Brasil. Foram analisadas 92 amostras e 2 apresentaram coinfecção. Os dois casos detectados são de dois adultos de cidades diferentes do Rio Grande do Sul. Uma das linhagens presentes nos dois casos é a variante P2, originada no Rio de Janeiro e que tem a mutação E484K, considerada preocupante pela possível capacidade de escapar dos anticorpos, o que poderia reduzir a eficácia das atuais vacinas, exigindo uma atualização dos imunizantes. O trabalho é o segundo no mundo sobre infecções simultâneas por diferentes linhagens do coronavírus. O outro estudo foi feito na África do Sul. Segundo Fernando Spilki, a descoberta demonstra a alta circulação do Sars-CoV-2 no Brasil e aponta para a necessidade de vacinar o maior número de pessoas no menor tempo possível. Uma corrida contra o tempo para reduzir a possibilidade de recombinação de diferentes linhagens e o surgimento de novas variantes do vírus, ainda mais graves. A pesquisa teve a participação de cientistas do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, e do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
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