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Podemos colocar Rioja no seleto grupo das regiões mais clássicas do mundo do vinho, afinal, sua história é secular e os mercados internacionais a desejam há longa data. A região possui cerca de 14.800 viticultores, 600 vinícolas, o maior parque de barricas do mundo e seus vinhos estão presentes em 130 países. Além do mais, vale ressaltar que o preço médio de seus bons vinhos é mais baixo que o de exemplares provenientes de outras regiões consagradas, como Bordeaux e Borgonha, por exemplo. O famoso “custo-benefício” que nós tanto gostamos é uma possibilidade mesmo para os vinhos de alto padrão de Rioja. É claro que existem exceções, pois, assim como ocorre em outras zonas famosas, existem vinícolas que são verdadeiras grifes. No entanto, a média dos valores praticados mundo afora ainda é bem interessante para os exemplares de Rioja. Dito isso, o que mais podemos esperar desses vinhos?
Apesar do domínio absoluto da Tempranillo, cobrindo aproximadamente 87% dos vinhedos, é preciso reconhecer que Rioja possui uma mistura de castas coadjuvantes bastante intrigantes. A família real em volta da Tempranillo é composta pela Garnacha (que agrega deliciosos aromas de especiarias doces), Mazuelo (conhecida como Carignan, na França) e Graciano (que contribui com cor vibrante e aromas intensos). Para os vinhos brancos, quem dá o ar da graça com mais frequência é a Viura, também chamada de Macabeo. Essas são as cepas que retratam a maior parte dos vinhedos de Rioja e, consequentemente, forjam o estilo regional. Como os vinhos tintos correspondem a 90% de toda a produção, em poucas palavras, podemos dizer que um Rioja típico é um Tempranillo com tempero de outras cepas e madeira – sim, madeira é tema relevante nessa área da Espanha.
O estágio em barricas de carvalho é levado tão a sério nessa região, que acaba se tornando um dos principais atributos da Denominación de Origen Calificada. A base da pirâmide é composta pelos vinhos genéricos de Rioja, vinhos jovens, que não precisam passar por madeira e, por isso, apresentam aromas primários frutados em maior destaque. Depois vem o famoso Crianza, que precisa ter passagem mínima de 1 ano em barricas e pelo menos 2 anos de guarda no produtor. Na sequência vem o Reserva, com passagem mínima de 1 ano em barricas e pelo menos 3 anos de guarda no produtor. Por último e o mais nobre de todos, vem o Gran Reserva, com passagem mínima de 2 anos em barricas e pelo menos 5 anos de guarda no produtor. Essas três classificações principais (Crianza, Reserva e Gran Reserva) são as grandes responsáveis pela fama internacional de Rioja. Esses vinhos quase sempre são intensos na estrutura e nos taninos, com final de boca longo e grande potencial de guarda. Com relação aos aromas e sabores, geralmente apontam para uma atraente mistura de geléia de frutas negras, baunilha e toques defumados.
by Sommelier Rodrigo Ferraz | Direitos Reservados
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