A informação que eu vou dar pode parecer absurda, mas é a pura verdade. Está faltando gasolina na Venezuela. Há três dias, formam-se enormes filas de automóveis nos postos de gasolina. Como é que pode? A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, mais que a Arábia Saudita, Canadá e o Irã, que se seguem atrás dela nessa lista. A Venezuela era até há alguns anos o nono produtor mundial de petróleo. O que é, então, que deu errado? As coisas começaram a desandar em 2012, quando o finado Hugo Chávez substituiu os técnicos da companhia estatal de petróleo, por militantes bolivarianos. Dois anos depois, o preço do petróleo despencou pela metade no mercado internacional, e a Venezuela, por incompetência, cortou a manutenção dos poços e das refinarias. Ela está hoje refinando menos de um terço do petróleo que refinava quatro anos atrás. Está importando 45 mil barris de gasolina por dia. Mas não tem dinheiro nem para pagar essa importação. Num dos terminais do Caribe, 15 barcos petroleiros disseram ontem que só desembarcarão a gasolina se o governo pagar os atrasados. A Venezuela está beirando o colapso. No começo desta semana, a falta de trigo provocou a falta de pão. O governo prendeu meia duzia de padeiros, mas o trigo importado não caiu do céu. Enquanto isso, surgiram novas provas de isolamento do regime chefiado por Nicolas Maduro. A OEA, Organização dos Estados Americanos, decidiu esta semana que não vai expulsar a Venezuela. Mas insistiu para que o país volte à democracia. Por exemplo, convocando as eleições para prefeitos, que deveriam ter acontecido em dezembro. Maduro e os bolivarianos já adiaram as eleições duas vezes, porque sabem que vão perder. E vão perder com mais motivos ainda, porque não tem gasolina, e não tem pão. A Venezuela lembra aquela piadinha dos economistas liberais. Se adotarem o socialismo no deserto do Saara, uma semana depois vai faltar areia. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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