Discussão sobre a Boeing, BA, e os seus resultados do ano de 2020.

Uma das empresas mais conhecidas do mundo, a Boeing - junto à Airbus - domina o mercado mundial de fabricação de aeronaves comerciais. Além das tradicionais aeronaves muito conhecidas do dia a dia das pessoas, a Boeing também fabrica aeronaves militares, outros equipamentos de defesa e componentes para a indústria espacial. Integra o índice Dow Jones desde 1987.

Com mais de 100 anos de história, a Boeing foi uma das vencedoras de um dos maiores processos de consolidação da história. No início da história da aviação, várias fabricantes de aeronaves se aventuraram no mercado pelo mundo todo. Com o passar do tempo, o mercado foi se consolidando em pouquíssimos players mundiais. No mercado de aeronaves de médio e longo alcance praticamente não existem alternativas modernas à dupla Airbus/Boeing, apenas outras fabricantes de aeronaves regionais.

Nos anos de 2017 e 2018, a Boeing experimentou um dos melhores resultados da sua história, devido principalmente ao sucesso comercial da nova geração do 737, os 737 MAX. Infelizmente a alegria se tornou um problema assim que os acidentes da Lion Air e da Ethiopian Airlines revelaram problemas sérios com a atuação do MCAS sobre o controle das aeronaves. O resultado não poderia ser mais desastroso para a empresa, que teve o seu principal produto impedido de voar por quase dois anos.

Logo após a a proibição, a Boeing continuou com a fabricação da aeronave, imaginando que o período de suspensão não seria grande e ainda haviam muitos pedidos por partes das empresas de linhas aéreas. O resultado foi que a companhia terminou com um estoque enorme de aeronaves produzidas, sem conseguir vender e com muito dinheiro "preso" no capital de giro. Para piorar a situação, ninguém poderia imaginar que uma pandemia paralisasse no ano seguinte todo o mercado de aviação, dificultando ainda mais a vida da Boeing, que chegou a queimar U$ 20 bilhões por ano e viu sua dívida disparar para U$ 50 bilhões.

É esse o cenário que a empresa se encontra atualmente. Com muitas aeronaves em estoque, produção em um ritmo muito lento para diluir os custos e pedidos ainda em um ritmo muito reduzido. A recuperação do mercado de aviação civil será lenta, mas eventualmente vai se concretizar. Quando esse momento chegar, não se sabe quais empresas aéreas terão sobrevivido, ou quais novas empresas terão surgido. Mas muito provavelmente elas estarão voando com uma aeronave Boeing ou Airbus.

Arthur Estivalet Svidzinski
Analista CNPI nº 2411
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