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O ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira, uma das principais lideranças do PSDB, deixou o partido nesta quinta-feira (13) após 27 anos na legenda.
O pedido de desfiliação foi enviado ao presidente do diretório municipal, José Aníbal, e ocorreu no mesmo dia em que os tucanos oficializaram a pré-candidatura de Datena à Prefeitura de São Paulo.
O ex-ministro era contra a candidatura do apresentar e considera a estratégia da legenda uma "manobra política oportunista".
"É uma manobra política oportunística. O Datena é uma celebridade televisa. Quer candidatura própria? Precisa ser alguém com a mínima vinculação com a política", disse ele em entrevista à GloboNews.
Aloysio Nunes reside em Bruxelas, na Bélgica, desde o início do ano, quando assumiu a diretoria da Apex, agência ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O descontentamento com o PSDB, entretanto, era antigo. Ele já acumulava insatisfações com atuação e posicionamento do partido em momentos decisivos para a democracia.
"É uma manobra de curto fôlego. Não se trata do Datena, mas do jeito como o PSDB está com a sua política. O partido que tem democracia no nome não poderia ter ficado neutro na disputa entre Lula e Bolsonaro."
Ele também afirmou que pretende seguir "avulso", ou seja, não deverá se filiar a outro partido.
O g1 entrou em contato com o PSDB, mas não recebeu resposta.
Histórico
Nascido em 1945, Aloysio Nunes é advogado, formado pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-graduação em ciência política e economia política pela Universidade de Paris.
Ao longo da vida pública, acumulou um extenso currículo, com diversos cargos e atuação em temas associados às relações internacionais. Em 2022, foi um dos primeiros tucanos a apoiar o presidente Lula nas eleições.
Foi duas vezes deputado estadual em São Paulo, de 1983 a 1991, vice-governador do estado, entre 1991 e 1994, e deputado federal por três mandatos, entre 1995 e 2007.
Em 2011, foi eleito senador. Durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, foi ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República e ministro da Justiça.
Em 2014, já como senador, concorreu como vice, ao lado do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), nas eleições presidenciais.
Os tucanos acabaram derrotados pela então candidata do PT à reeleição Dilma Rousseff, que concorreu ao lado de Michel Temer.
O ex-senador e ex-ministro Aloysio Nunes atribuiu sua desfiliação do PSDB a “ausência completa de projeto” do partido, que decidiu lançar o apresentador José Luiz Datena como pré-candidato à prefeitura de São Paulo nesta quinta-feira, 13.
Em entrevista ao Globo, o político, nomeado por Lula (PT) como chefe da Divisão de Assuntos Estratégicos da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil), em Bruxelas, na Bélgica, afirmou que a escolha de um candidato sem vínculo com a política da legenda é “oportunista”.
“Acho que a escolha de ter uma candidatura própria é legítima, como é legítimo fazer uma aliança com o Ricardo Nunes (MDB) ou com a Tabata Amaral (PSB). O que me parece ser uma atitude oportunista é escolher alguém que não tem nenhuma vinculação com a política do PSDB nem com uma política do campo democrático do país para representar uma eleição de uma cidade como São Paulo”, disse o ex-senador.
“Nada contra o Datena, mas ele não tem condições de representar o PSDB, ainda mais em uma eleição da importância da eleição de São Paulo”, acrescentou.
O problema não é o Datena, Aloysio?
Segundo Aloysio, o problema não é o Datena em si, mas “a forma de se colocar atrás do Datena para encobrir a sua ausência completa de projeto”.
Questionado se o apoio à pré-candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB) seria uma opção melhor, o ex-tucano disse que seria mais legítimo para o partido acompanhar o emedebista ou a pré-candidatura da deputada Tabata Amaral (PSB).
PSDB lança Datena como pré-candidato em SP
O PSDB lançou nesta quinta, 13, a pré-candidatura do apresentador José Luiz Datena à prefeitura de São Paulo, que prometeu não desistir e ir até o fim na disputa eleitoral deste ano.
“Pela primeira vez, me atemoriza isso, porque eu já calcei as sandálias para atravessar o Rubicão e enfrentar quem quer que seja, e é por isso que eu realmente sinto que tenho mais responsabilidade nessa campanha do que nas anteriores. Porque, dessa vez, eu vou até o fim”, afirmou o apresentador, que acumula um histórico de desistências.
O apresentador migrou para o PSDB, seu décimo primeiro partido desde 1992, em abril.
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