Eu tenho hoje uma boa e uma má notícia. A boa notícia é que os terroristas do Estado Islâmico estão perdendo posições importantes, no Iraque e na Síria. A má notícia é que estão ainda muito longe de sofrerem uma derrota definitiva. Um centro de estudos americanos, o Carnegie Endowment for Peace, trouxe há alguns dias um estudo interessante. Afirma que o Estado Islâmico teve o melhor momento por volta de agosto do ano passado. E depois sofreu derrotas uma atrás da outra. Mas continua a praticar um tipo de guerrilha perigosa. Tem entre 10 mil e 50 mil combatentes. Mas disputou territórios com muitos inimigos ao mesmo tempo. E os inimigos levaram a melhor. É o caso dos curdos, que são uma etnia muçulmana, forte na Turquia e no Iraque. É o caso dos xiitas, que são majoritários no Iraque e que recebem uma boa retaguarda logística do Irã. É o caso das forças leais ao ditador da Síria, e aos oficiais superiores que o governo iraquiano controla. E há por cima de tudo os bombardeios dos Estados Unidos. Com um território menor, o Estado Islâmico tem menos gente para chantagear, extorquir ou cobrar impostos. A queda no preço do petróleo também dá menos dinheiro, porque os terroristas tomaram refinarias e depósitos de combustível. Mas, em contrapartida, eles continuam a receber dinheiro de muçulmanos sunitas, da Arábia Saudita e dos Emirados. E recepcionam combatentes voluntários, que são uns desajustados, em busca de qualquer causa islâmica para combater. Esses terroristas ainda têm muito fôlego pela frente. Mas o que eles fizeram de horroroso já os colocaria num tribunal internacional. Mataram xiitas, muçulmanos moderados e cristãos. Sequestraram e prostituiram adolescentes. Decapitaram jornalistas e agentes humanitários. E destruíram muito do patrimônio histórico da Mesopotâmia. O Estado Islâmico, em resumo, é o grande excremento desse começo de século 21. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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