Pois é. Vocês viram o que deu na Venezuela. A oposição, como se diria antigamente, fez barba e cabelo. Até hoje de manhã, ela já tinha 99 deputados. Um dos dirigentes disse agora há pouco que seriam 112. O parlamento unicameral da Venezuela tem 167 cadeiras. Se for para obedecer o mínimo de democracia, o presidente Nicolas Maduro estará nas mãos desse monte de oposicionistas, que foi eleito neste domingo. Em termos legais, a oposição tem o poder de indicar um vice-presidente da República. Poderá reformar a Constituição. E também poderá acabar com a Republica Bolivariana, que o falecido Hugo Chávez inventou. Em outras palavras, acabou o chamado socialismo do século 21. Com a guinada política da Argentina e a eleição de Maurício Macri, que toma posse quinta-feira, o Brasil ficará isolado entre s eus vizinhos. A Bolívia, o Uruguai e o Equador contam bem menos pela menor importância demográfica e pelo peso pequeno de suas economias. Mas vejam que o falecido coronel Hugo Chávez não era apenas político. Ele era também um militar. E ele começou a montar, há 17 anos, um esquema de controle dentro das Forças Armadas. Mais ou menos assim: o oficial que não é leal ao regime, não é promovido e passa para a reserva. Imaginem se os militares tentarem cometer qualquer ato de força contra o novo Parlamento. Tudo bem. Mas vai ter troco da comunidade internacional. Os Estados Unidos compram 80 por cento do petróleo venezuelano. Um embargo comercial atingiria o petróleo e quebraria a Venezuela em duas semanas. Vamos então pensar que essa loucura não vai acontecer. E que o socialismo do século 21 será enterrado sem grandes pompas e circunstâncias. Só com as viúvas bolivarianas do Brasil, da Argentina e da própria Venezuela chorando atrás do caixão. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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