A OMS, que é a Organização Mundial da Saúde, lançou hoje um alerta dramático. Foi sobre a epidemia provocada pelo zika vírus. A diretora dessa agência das Nações Unidas, a chinesa Margaret Chan, criou uma comissão de emergência para tratar do assunto. A OMS não faz milagres. Os recursos técnicos e o dinheiro dela são limitados. Mas ela tem o poder de agitar a comunidade internacional. E aqui vai um detalhe. Há alguns dias, a publicação da Associação Médica Americana criticou a OMS, porque, há dois anos, ela entrou muito tarde no combate à epidemia de ebola. Essa epidemia matou 11 mil pessoas em países africanos. A OMS tem então, agora, uma oportunidade de dar a volta por cima. Outra coisa. Não adianta montar mecanismos para combater o zika por um consórcio de países mais pobres. Se o Brasil se juntar à Bolívia e ao Paraguai, qualquer solução demoraria mais tempo para ficar pronta. A novidade é que os Estados Unidos entraram na briga. Anteontem, o presidente Obama se reuniu com um grupo de especialistas na Casa Branca. Eles ficaram assustados com um relatório do governo canadense, que afirma que 60 por cento da população americana pode ser atingida pelo vírus. A OMS diz que o zika vírus pode afetar este ano entre 3 milhões a 4 milhões de pessoas, e isso só no continente americano. E já tem casos isolados na Europa, com potencial de expansão pelo mundo inteiro. O zika saiu desta vez do Brasil, onde o primeiro caso foi constatado em maio do ano passado. Mas não é um vírus brasileiro. O zika nasceu na África. Ele foi descoberto em Uganda, em 1947. Teve uma epidemia na Nigéria, em 1954, e vinte anos depois em dois arquipélagos isolados do Oceano Pacífico. Por detrás do vírus, como vocês sabem, estão a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré, que é uma doença mortal e horrível. É a paralisia do sistema nervoso central. É assim que o mundo gira. Boa noite.
Ещё видео!