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...continuação
Também resplandeciam de luz todos os outros que o acompanhavam. Vestiam-se de modos diversos, mas sem pre maravilhosos; uns mais, outros menos ricos; uns de uma, outros de outra forma; num, dominava determinada cor; noutro, dominava outra; e cada uma das vestes tinha um significado que ninguém saberia compreender. Mas todos tinham na cintura uma faixa vermelha.
Eu continuava a observar e pensava: Que significará isso? Como vim parar neste local?... E não sabia onde me encontrava. Fora de mim, temeroso pela reverência que tudo aquilo me inspirava, não me atrevia a dizer nada. Também os outros continuavam silenciosos. Por fim, Domingos Sávio abriu a boca.
- Por que estás aí mudo e como que aniquilado? Não és mais aquele homem que de nada tinhas medo, que enfrentavas intrépido as calúnias, as perseguições, os inimigos, as angústias e os perigos de toda espécie?
Onde está tua coragem? Por que não falas?
A duras penas respondi, quase balbuciando: - Não sei o que dizer... Mas, não és tu Domingos Sávio?
Sim, sou; já não me reconheces? E como te encontras aqui?-acrescentei, sempre
confuso.
Sávio então respondeu com afeto: Vim aqui para falar-te. Tantas vezes nos fala mos na Terra! Não recordas quanto me amavas, quantas provas de amizade e quantas demonstrações de benevolência me deste? E eu por acaso não correspondi a teus desvelos? Como era grande minha confiança em ti! Por que, então, tremes? Coragem! pergunta-me al guma coisa.
Recobrando então ânimo, lhe disse:
- Tremo, porque não sei onde me encontro. Estás no local da felicidade respondeu Sávio
- onde se gozam todas as alegrias, todas as delícias.
É este, pois, o prêmio dos justos? Não, por certo. Aqui não se gozam os bens eter
nos, mas só, ainda que em medida grande, os temporais.
- Mas então são naturais todas essas coisas? -Sim, se bem que embelezadas pelo poder de Deus.
- E a mim, que me parecia que isto era o Paraíso!
exclamei. -Não, não, não! -respondeu Sávio. Nenhum olho
mortal pode ver as belezas eternas. - E essas músicas - prossegui perguntando - são
as harmonias de que gozais no Paraíso?
-Não, não, já te disse que não! São sons naturais?
Sim, são sons naturais, aperfeiçoados pela onipo
tência de Deus.
-E esta luz que sobrepuja a luz do sol, é luz sobre natural? É a luz do Paraíso?
- É luz natural, embora avivada e aperfeiçoada pela onipotência divina. - E não se poderia ver um pouco de luz sobrena
tural?
-Ninguém pode vê-la enquanto não chegue a ver a
Deus sicut est [como Ele é]. O menor raio dessa luz tira
ria no mesmo instante a vida de um homem, porque não
é suportável pelas forças humanas.
E poderia haver uma luz natural ainda mais bela do que esta? -Se soubesses! Se visses somente um raio de luz
natural elevada a um grau superior a este, ficarias fora
de ti.
- E não se pode ver ao menos um raio dessa luz de que falas? Sim, podes vê-lo: terás a prova do que te digo:
abre os olhos. -Já os tenho abertos-respondi.
Olha bem no fundo desse mar de cristal.
Levantei a vista, e apareceu de repente no céu, a uma distância imensa, uma instantânea centelha de luz, sutilissima como um fio, mas tão brilhante, tão penetran te, que meus olhos não puderam resistir. Fechei-os e lan cei um grito tão forte que despertou o Padre Lemoyne
(aqui presente)", que dormia num quarto próximo. As sustado, ele me perguntou na manhã seguinte o que me acontecera de noite, para estar assim tão agitado. Aquele fiozinho de luz era cem milhões de vezes mais claro que o sol, e seu fulgor bastaria para iluminar todo o universo criado.
Após alguns instantes, consegui abrir os olhos e per guntei a Domingos Sávio: - E isso que vi, será talvez um raio divino?
Sávio respondeu: - Não é luz sobrenatural, se bem que, comparada com a terrestre, seja tão superior em bri lho. Não é senão luz natural, assim avivada pelo poder de Deus. E ainda que imaginasses uma imensa zona de luz semelhante à centelhazinha que viste lá no fundo rode ando todo o mundo, nem por isso formarias para ti uma idéia dos esplendores do Paraíso.
E vós, de que gozais, pois, no Paraíso?
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continua .....
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