MATEUS 06 – Comentado por Rosana Barros
“Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte, não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (v.1).
Lá no Céu, Lúcifer promoveu os seus enganos de forma que fez cair terça parte dos anjos com ele. Ele não desejava ser semelhante ao Altíssimo em Seu amor e mansidão, mas em Seu poder e majestade. Com a entrada do pecado no mundo, a humanidade passou a desenvolver um perigoso senso de justiça própria. Desde Caim, que ofereceu a Deus o que ele achava justo a seus próprios olhos, o homem tem sido movido pelo desejo de ser aceito em suas próprias convicções e pela cobiça de ser melhor do que os demais. Por inveja, Caim matou Abel. Por inveja, os irmãos de José o venderam como escravo. Por inveja, os governantes de Babilônia atentaram contra a vida do fiel Daniel. Por inveja, os líderes judeus incitaram os romanos a condenar Jesus à morte.
Quando Jesus veio à Terra, Ele encontrou uma religião maculada pela cobiça e pela inveja. Havia uma constante necessidade de tornar pública a prática de suas obras. Suas esmolas, orações e jejuns eram seguidas de reconhecimentos e elogios que alimentava-lhes o ego; um verdadeiro desserviço à obra de Cristo. Motivados pela publicidade de sua piedade, os líderes espirituais da nação eram os primeiros a fazer o que julgavam ser digno da aprovação de Deus. Jesus, porém, veio para desconstruir esse conceito maligno e nos ensinar que a verdadeira prática da justiça consiste em ter apenas o Senhor como Testemunha: “e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (v.4, 6 e 18) e se trata de um relacionamento pessoal entre o adorador e Deus: “Tu, porém” (v.3, 6 e 17).
Aquelas palavras foram um verdadeiro alento aos humildes que se sentiam indignos diante das inúmeras apresentações religiosas. Muitos os observavam tentando imitar-lhes as obras. Ao ouvirem as palavras de Jesus: “Não vos assemelheis, pois, a eles” (v.8), é bem provável que tenham sentido como se um fardo lhes fosse retirado das costas. Não eram os costumes religiosos e nem as riquezas que os tornavam favorecidos diante de Deus, mas um coração cheio dos tesouros do Céu: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl.5:22-23). Pela contemplação não das obras humanas, mas das obras de Cristo, todo o nosso “corpo será luminoso” (v.22), na certeza de que o nosso Pai do Céu cuidará de cada uma de nossas necessidades (v.33).
Na oração modelo que Cristo nos ensinou estão contidos os princípios do reino dos céus. Não são palavras que devam ser proferidas como “vãs repetições” (v.7), mas com o coração. Nela estão implícitos os sagrados mandamentos: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”, e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt.22:37, 39). O exercício do amor e do perdão para com os nossos semelhantes é o que nos prepara para vivermos eternamente com Aquele que Se deu em sacrifício por nós pecadores. Então, quando aceitamos a Sua graça imerecida, somos habilitados por Seu Espírito a compartilhá-la de forma leve, e não forçada ou velada.
“São os olhos a lâmpada do corpo” (v.22). Esta é uma verdade que precisa ser bem compreendida pelo remanescente do Senhor. Somos transformados pelo que contemplamos. E muitos têm se desviado e sido enredados na mesma trama diabólica que deixou o Céu terça parte vazio. Não se contentam com a provisão divina, fazendo do comer, beber e vestir verdadeiras fontes da idolatria. Existem aqueles que têm usado suas redes sociais como mais um meio de pregar o evangelho, e isso é maravilhoso. Mas, infelizmente, a realidade da maioria converge para a exposição da própria vida e investigação da vida alheia. Jesus nos disse para investigarmos as Escrituras, pois elas dão testemunho dEle. Eis com o que devemos ocupar nossos olhos, nossos ouvidos e nossa mente: a vida de Jesus. Só assim, pelo poder do Espírito Santo, seremos Suas testemunhas (At.1:8).
Amados, precisamos entrar em nossos quartos, fechar a porta e clamar ao Senhor que arranque de nosso coração a necessidade de tornar pública a nossa vida. Que pela graça de Jesus, o amor do Pai e a comunhão do Espírito, a nossa vida seja simplesmente o que o Senhor deseja que ela seja para a glória dEle. Pois “quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt.23:12). Vigiemos e oremos!
Bom dia, verdadeiros adoradores!
Rosana Garcia Barros
#PrimeiroDeus #Mateus6 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
Ещё видео!