A destituição de João Lourenço, presidente de Angola e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), é um cenário cada vez mais provável diante da crise política, econômica e social que o país enfrenta. O que isso significa para o futuro do MPLA, o partido que governa Angola desde a independência em 1975?
O MPLA tem sido acusado de corrupção, nepotismo, violação dos direitos humanos e repressão da oposição e da sociedade civil. A gestão de João Lourenço, que assumiu o poder em 2017 após a saída de José Eduardo dos Santos, que governou por 38 anos, não conseguiu mudar essa imagem nem resolver os graves problemas que afligem os angolanos.
A insatisfação popular com o governo se manifestou nas recentes eleições, nas quais o MPLA perdeu em várias cidades importantes, como Luanda, Benguela, Cabinda & Huambo. Além disso, o partido enfrenta divisões internas entre os apoiantes de João Lourenço e os de José Eduardo dos Santos, que ainda tem influência e aliados dentro da estrutura partidária.
Se João Lourenço for destituído, seja por um processo judicial, por uma rebelião militar ou por uma revolta popular, o MPLA corre o risco de se fragmentar e perder o controle do país. Isso pode abrir espaço para uma transição democrática, na qual outros partidos e movimentos sociais possam ter voz e participação no destino de Angola. Mas também pode gerar instabilidade, violência e conflitos entre diferentes grupos e interesses.
O futuro de Angola e do MPLA depende da capacidade dos angolanos de construir um consenso nacional em torno de um projeto de desenvolvimento inclusivo, sustentável e respeitoso dos direitos humanos. Para isso, é preciso superar as divisões históricas, étnicas e regionais que marcaram a trajetória do país e do partido. E é preciso também que a comunidade internacional apoie esse processo, sem interferir nem impor agendas externas.
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