Estão divulgando no Facebook que alguns alunos foram aprovados no curso de Medicina da UFMT com apenas 430 pontos no ENEM. É MENTIRA. A TV Centro América, afiliada da rede globo em Mato Grosso exibiu uma matéria onde, segundo dados da UFMT, a diferença entre o último colocado que concorreu a vaga no sistema de cotas e o último colocado que se candidatou a vaga pela ampla concorrência foi de apenas 64,82 pontos, menos de 8,5% de diferença. Alguns professores e outros desinformados tem criticado os sistemas de cotas alegando que fere o direito de igualdade e que a diferença das notas poderá refletir na qualidade do profissional e que alunos aprovado pelo sistema de cotas "seriam piores profissionais", ou profissionais menos capacitados do que os que entraram na faculdade pela ampla concorrência. É triste ouvir isso de professores e até mesmo da sociedade de forma geral, uma vez que a diferença de notas no ENEM ente o primeiro e o último colocado não é fator determinante para definir o tipo de profissional que será formado. Outro ponto importante é a equivocada afirmação de que os sistemas de cotas ferem a constituição no que diz respeito ao direito de igualdade ou ao principio da isonomia. Sim todos somos todos iguais perante a Lei como afirma a carta magna brasileira, contudo devemos levar em consideração também o conceito da equidade que "é a adaptação da lei a fim de fazer justiça da forma mais humana e justa possível". Na Grécia antiga a visão de Aristóteles em relação ao princípio da equidade é brilhante: "Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade." Infelizmente este princípio tão antigo, é ignorado ou até mesmo desconhecido por grande parcela da sociedade, inclusive pelos que deveriam promover o debate e despertar o senso crítico nos alunos, os professores.
Daniel Hoffmann Wagener
Cuiabá / MT
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