O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) completa 40 anos. Foi criado na cidade de Cascavel (PR), durante o 1º encontro nacional da categoria, ocorrido em janeiro de 1984. Naquele evento, os participantes definiram como princípios do MST as lutas pela terra e por mudanças sociais no país. Durante a trajetória, o Movimento enfrentou obstáculos, mas se consolidou como defensor da reforma agrária.

Para celebrar a data, o Centro de Documentação e Memória, da Unesp, promove o Debate CEDEM MST 40 anos: desafios e conquistas. O evento ocorre em 14 de agosto, às 15h, em formato virtual, pelo canal do Youtube @CedemUnesp. Vale destacar que o CEDEM custodia parte do acervo documental do MST.

O massacre de Carajás, ocorrido em abril de 1996, como ficou conhecido o assassinato de 19 trabalhadores rurais na desobstrução da rodovia PA-150, em Eldorado dos Carajás, foi um dos momentos difíceis da trajetória dos trabalhadores. Em 1998 houve uma onda de invasões para pressionar o governo de Fernando Henrique Cardoso por terra e crédito aos assentados da reforma agrária.

Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entre os anos 2003 e 2023 foram assentadas aproximadamente 790 mil famílias em cerca de 51 milhões de hectares de terra. No mesmo período, foram concedidos em torno de 860 mil títulos de propriedade.

Para debater o tema, foram convidados Gilmar Mauro, da coordenação nacional do Movimento, e os professores Clifford Andrew Welch, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Regina Coelly Fernandes Saraiva, da Universidade de Brasília (UNB).

Expositores:

Gilmar Mauro - Um dos fundadores do MST e membro da coordenação nacional. É autor de A dialética das lutas socialistas: o MST e as novas formas de construção do poder popular na América Latina. Com Luiz Bernardo Pericás, escreveu Capitalismo e luta política no Brasil na virada do milênio.

Prof. Dr. Clifford Andrew Welch – Professor no departamento de História da Universidade Federal de São Paulo. Mestre em História pela University of Maryland em College Park (1985) e doutor pela Duke University (1990). Atua também na organização do acervo documental do MST. É autor de A semente foi plantada: as raízes paulistas do movimento sindical camponês no Brasil, 1924-1964. Expressão Popular, 2010.

Profa. Dra. Regina Coelly Fernandes Saraiva - Professora Associada da Universidade de Brasília (UnB). Historiadora, mestre em Ciência Política e doutora em Desenvolvimento Sustentável. Desenvolve pesquisas sobre história e memória camponesa; luta pela terra; patrimônio histórico-cultural e ambiental; saberes e fazeres de povos e comunidades tradicionais; história e natureza.

Mediadora:

Genira Chagas - Jornalista, mestre em Comunicação e Semiótica e doutora em Ciência Política pela PUC-SP. Tem publicações de livro, capítulos de livros e artigos. Atua profissionalmente na assessoria de comunicação do Centro de Documentação e Memória (CEDEM), da Unesp.

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