A relação entre os 12 arquétipos e os signos do zodíaco não foi estabelecida por Carl Jung. Embora ele tenha desenvolvido o conceito de arquétipos – padrões de comportamento e imagem presentes no inconsciente coletivo da humanidade –, Jung nunca organizou esses arquétipos em uma lista fixa de doze nem os associou aos signos astrológicos.
A teoria dos “12 arquétipos” é uma interpretação posterior e se popularizou principalmente através do trabalho de outros psicólogos e escritores, como Carol S. Pearson, que em seu livro "O Despertar do Herói Interior" delineou doze arquétipos. Esses arquétipos têm sido associados, em alguns contextos, aos signos zodiacais por autores contemporâneos e pela literatura de desenvolvimento pessoal, mas essa conexão direta com a astrologia não foi feita por Jung.
Jung, de fato, explorou o simbolismo astrológico em algumas obras e reconheceu a importância dos mitos e símbolos que a astrologia evoca no inconsciente, mas ele não chegou a vincular formalmente os arquétipos aos signos. Assim, a relação dos 12 arquétipos com o zodíaco é uma adaptação moderna, que busca integrar a psicologia arquetípica junguiana com a astrologia, mas é uma construção que vai além da teoria original de Jung.
Hermes Trismegisto: Arquétipos como Padrões Divinos
No contexto hermético, atribuído a Hermes Trismegisto, os arquétipos são frequentemente vistos como padrões divinos ou formas primordiais da criação. De acordo com os princípios herméticos, tudo no universo surge de uma fonte divina e é organizado de acordo com esses padrões cósmicos. Esses arquétipos não estão apenas em um plano abstrato; eles também exercem influência prática no mundo material. Na visão hermética, o ser humano pode acessar e compreender esses padrões universais por meio do estudo esotérico e da introspecção, ligando-se ao macrocosmo, que é o próprio universo.
Platão: Arquétipos como Ideias ou Formas Perfeitas
Para Platão, os arquétipos (ou "Formas") são modelos perfeitos e imutáveis que existem em um plano metafísico separado do mundo sensível. Essas Formas representam a essência de todas as coisas que existem na realidade: por exemplo, a “Forma” da Beleza ou da Justiça seria a Beleza ou Justiça em seu estado puro, que transcende qualquer manifestação individual dessas qualidades no mundo material. Na visão platônica, o mundo sensível é apenas uma sombra ou uma cópia imperfeita dessas Formas perfeitas, e o conhecimento verdadeiro é alcançado ao contemplá-las e entendê-las.
Goethe: Arquétipo como Formas Essenciais
Carl Gustav Jung reconheceu e apreciou a contribuição de Goethe na formulação de ideias que ele mesmo desenvolveu posteriormente. Ele descreveu Goethe como alguém que tinha um "olhar arquetípico" para a natureza e a psique humana. O conceito goethiano de "formas essenciais" nos fenômenos naturais influenciou Jung em sua compreensão do inconsciente coletivo e dos arquétipos.
Goethe pode ser considerado um precursor intuitivo da teoria dos arquétipos. Suas obras oferecem um rico terreno para explorar as estruturas simbólicas e universais que Jung sistematizou mais tarde.
Carl Jung: Arquétipos como Padrões Inconscientes
Para Carl Jung, os arquétipos são padrões de imagens e comportamentos que residem no inconsciente coletivo, uma camada do inconsciente partilhada por toda a humanidade. Esses arquétipos não são entidades imutáveis no plano das ideias, como em Platão, mas sim estruturas dinâmicas que moldam a psique humana, surgindo em símbolos, mitos e sonhos. Jung acreditava que os arquétipos são essenciais para a compreensão de aspectos profundos da personalidade e que surgem em várias culturas como figuras simbólicas (como o Herói, a Sombra, o Sábio, entre outros) que orientam a experiência psicológica.
Signos como Arquétipos: Uma Visão Limitada?
Os signos astrológicos podem ser considerados arquétipos no sentido de que representam padrões básicos e universais de comportamento, assim como ideias que evocam aspectos da psique humana. No entanto, conceber os signos exclusivamente como arquétipos pode, de fato, ser uma interpretação limitada se não levarmos em conta o sistema mais amplo da astrologia, que inclui as influências dos planetas, casas e aspectos. Esses componentes adicionais formam uma estrutura complexa que vai além dos doze signos e suas características. E, cabe dizer, ainda, que muitos arquétipos se estruturam não apenas com o signo solar de um indivíduo, muitos arquétipos de constroem na psique humana pela combinação de vários signos ocupados por vários planetas, suas casas correspondentes e os aspectos que estes forma, além de muitos outros indicadores astrológicos que vão fazer de nós pessoas que tendem para determinado perfil psicológico. Atribuir aos 12 signos, 12 arquétipos e enquadrar a pessoa em um arquétipo determinado pelo seu signo solar, convenhamos que é um reducionismo de grandes proporções – por mais que esta expressão possa parecer paradoxal.
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