Viva Voz (09/03/2023): Um quadro para uma análise aprofundada e o contexto dos principais fatos políticos do dia com Vera Magalhães e os apresentadores Carolina Morand e Rodrigo Bocardi.

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O ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, estaria disposto a mudar a versão dada por ele sobre o caso das joias sauditas para proteger Michelle Bolsonaro. Agora, ele deve alegar que a menção que fez aos fiscais da Receita de que as peças de diamantes eram para a então primeira-dama se deu de maneira genérica, enquanto interagia com os profissionais da alfândega. As informações estão no blog no jornal O Globo da jornalista e comentarista da CBN, Bela Megale.

Bento Albuquerque deve depor à Polícia Federal na próxima terça-feira. Na ocasião, ele deve dizer que, ao notar que o conteúdo do presente era feminino, enquanto os agentes da Receita Federal investigavam o conjunto, deduziu que a destinatária era Michelle Bolsonaro. O ex-ministro ainda deve dizer que tratava de um presente do governo da Arábia Saudita para o brasileiro. Os itens, avaliados em R$ 16,5 milhões, foram apreendidos quando um assessor da pasta tentou entrar com eles no Brasil, em outubro de 2021, sem declará-los.

“Parece espantoso que um almirante, ex-ministro de Estado - inclusive demitido por não concordar com o que ex-presidente pretendia que ele fizesse no período eleitoral -, esteja disposto a se queimar ainda mais do que já se queimou nesse episódio para proteger o clã Bolsonaro”, critica Vera Magalhães.

A comentarista ainda pontua que a atitude de Bento Albuquerque decorre da tentativa do PL de tentar blindar a ex-primeira-dama do escândalo. “A ideia é mostrar a Michelle como alguém que não tinha a menor ideia da existência dos diamantes e ficou até meio chateada com o marido por causa disso. E por quê? Eles já estão achando que Bolsonaro é ‘carne queimada’ em muitos aspectos, podendo ficar inelegível; mas, que a Michelle é uma herdeira melhor desse espólio da direita conservadora (...). Acontece que isso é uma loucura, que só é possível dentro desse arranjo bolsonarista, que parece entender a política como uma extensão da família e um patrimônio privado”, acrescenta.

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