Vamos falar da Venezuela. O presidente Nicolas Maduro antecipou em dois dias o carnaval. Hoje já é feriado no país. Nada de novo. No ano passado, ele também antecipou o Natal, dizendo que era para "derrotar a tristeza". O que Maduro quer agora é jogar um balde de água fria nas manifestações de rua contra o governo dele. Pois não funcionou. As passeatas prosseguiam hoje à tarde. Falta algum parafuso na cabeça de Nicolas Maduro. E dou dois exemplos. O primeiro: ele convocou a sociedade para um diálogo de paz. Mas não libertou um dos dirigentes da oposição que mandou prender na semana passada. Com os políticos ausentes, apenas dialogam alguns bispos, porque o papa pediu, e empresários da confederação patronal. O segundo exemplo. Maduro expulsou três diplomatas americanos e depois sete jornalistas da CNN. Voltou atrás com relação aos jornalistas.
Mas espetou os Estados Unidos. Eis que logo depois pediu a abertura de diálogo com o governo de Barack Obama. Até nomeou, nesta quarta-feira, um embaixador venezuelano para Washington, um posto vago havia quatro anos. Mas recapitulemos: as manifestações de rua mexem com a Venezuela há 23 dias, e já deixaram 14 mortos. O sucessor de Hugo Chávez sabe que a sociedade venezuelana está dividida. Os bairros mais pobres de Caracas não aderem às passeatas dos bairros de classe média. Mesmo assim, os mais pobres reagem contra a inflação, criminalidade e falta de produtos de primeira necessidade. Protestam de madrugada, dentro de casa, quando as panelas viram tambores. São os "panelaços". O papa Francisco lançou um apelo ao diálogo. A União Europeia criticou a prisão de estudantes e de líderes da oposição. O presidente do Uruguai, José Mujica, se ofereceu como intermediário. Mas quem acertou o alvo foi o secretário-geral da OEA, a Organização dos Estados Americanos. O chileno José Miguel Insulza, disse que Maduro e opositores sofrem de surdez política e predisposição ao confronto. É assim que o mundo gira.
Tema: Política internacional
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