O atentado de Barcelona foi a confirmação de um diagnóstico muito ambíguo, sobre o estágio a que chegou o terrorismo do Estado Islâmico. De um lado, ele é cada vez mais pobre e mais amador. De outro lado, ele se tornou ainda mais perigoso, porque os serviços de inteligência não têm instrumentos para identifica-lo por antecipação. Ficou mais difícil prender esses malucos, antes que eles cometam o crime. O amadorismo foi criado pela necessidade, dentro de uma organização que praticamente perdeu o orçamento milionário que tinha, e perdeu também os territórios que controlava na Síria e no Iraque. Era nesses dois países que o Estado Islâmico tinha montado centros de treinamento, onde recrutava os mais fanáticos, e os enviava clandestinamente à Europa. Essas missões supunham muito dinheiro, falsificação de documentos, logística para o contrabando e o armazenamento de explosivos. Mais ou menos como fazia a Al Qaeda nos preparativos do 11 de Setembro. O maior de todos os atentados nos Estados Unidos, em 2001, mobilizou 17 terroristas. E agora, como é que é? Pois a resposta é simples. Agora são malucos isolados que se conhecem pela internet. Que não têm armas ou munições. Eles nunca viram de perto uma bomba. E que partem para atentados artesanais. De preferência, alugando um caminhão ou uma van, para atropelar as vítimas nos calçadões europeus. Foi assim em Nice, na França. Em Berlim, na Alemanha. Duas vezes em Londres, e agora na região espanhola da Catalúnia. O terrorismo artesanal mata tanta gente, quanto os atos que no passado eram programados cuidadosamente, por grupos sofisticados e clande stinos. Mas é agora o terrorismo de amadores, é o terrorismo do compre as ferramentas e construa você mesmo uma cadeira ou uma mesa. É o terrorismo que banalizou a monstruosidade, que colocou a monstruosidade ao alcance de qualquer psicopata muçulmano. É por causa desse amadorismo que o Planeta ficou mais perigoso. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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