A economia brasileira começou o segundo semestre com uma recuperação mais firme. Comércio, indústria e serviços tiveram em abril um desempenho melhor que o esperado. Mas aí veio maio, a greve dos caminhoneiros, toda a paralisação de atividade que provocou, com uma piora geral das projeções. O impacto da greve sobre os vários setores deve fazer com que o mês tenha um saldo negativo até do PIB. Aliás, o mercado já cortou a projeção média de crescimento, este ano, para menos de 2%. Também houve reflexo na inflação, além da piora no quadro fiscal. Mais do que essas consequências diretas, todo o processo que envolveu a greve, que continua com questões em aberto, como a do frete, mexeu negativamente com a confiança. O que também prejudica o desempenho da economia. Agora, o governo tenta segurar um pouco a situação com a liberação do PIS Pasep, que vai garantir uma injeção importante de recursos na economia. A ideia é repetir o que aconteceu com a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia. É ver se a reação dos consumidores será a mesma, já que, fora essa percepção de uma piora do quadro econômico, tem as incertezas em relação às eleições, que estão mais próximas. Desde a greve o mercado financeiro tem apresentado muito mais instabilidade. Hoje mesmo o dólar disparou de novo. Subiu 2,64%, com a cotação de venda do comercial em mais de 3 reais e 81 centavos, apesar das intervenções crescentes do Banco Central, com a colocação dos swaps cambiais, que representam uma venda futura da moeda. O dólar alto pode pesar na inflação. E ainda tem a queda da bolsa, a pressão de alta do mercado futuro de juros, que continua fazendo o Tesouro interromper as negociações com os títulos públicos. O clima mudou. Está menos favorável aqui e no exterior. Por isso, mesmo com o fôlego maior que a economia tenha demonstrado, mesmo com essa injeção de recursos, a não ser que venha uma surpresa muito boa, não dá esperar muito de 2018. Boa noite.
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