Viva Voz (09/10/2023): Um quadro para uma análise aprofundada e o contexto dos principais fatos políticos do dia com Vera Magalhães.
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O governo vai resgatar 900 brasileiros que estão na zona de conflito israelense, no contexto da guerra entre Israel e Palestina. Eles serão repatriados em cinco voos da Força Aérea Brasileira. Trata-se apenas da primeira fase da busca, já que ao todo 1,7 mil pessoas entraram em contato com a Embaixada do Brasil em Israel e pediram para voltar.
Um plano de resgate de 25 brasileiros que estão na Faixa de Gaza também será implementado. Porém, ele é considerado mais difícil devido à sensibilidade da área e dificuldades, como de comunicação.
No Viva Voz, Vera Magalhães comenta as ações do governo Lula e os possíveis reflexos econômicos do conflito. “Já vivíamos um período de incertezas muito grande na economia global (...). A eclosão de uma nova guerra com consequências impossíveis de prever e a possibilidade de novos atores ingressarem nela (...) elevam muito a aversão a investimentos e a cautela para alocar recursos no mundo”, explica.
Pensando no cenário local, a comentarista lembra que o Brasil aguarda por um portfólio de investimentos em infraestrutura, mas enfatiza que eles não deverão se realizar na proporção que o governo esperava. “Da mesma maneira, o risco de ter mais um choque sobre o preço do petróleo coloca um novo fator preocupante em relação à inflação no país. Além das perdas humanitárias, para a economia também é uma péssima notícia”, afirma.
Após os ataques do grupo extremista armado Hamas a Israel, no sábado (7), o presidente Lula afirmou estar “chocado” com o que chamou de “ataques terroristas”. Vera Magalhães pontua que há um debate a esse respeito, com dificuldade de setores da academia e da esquerda de classificar as ações. “A meu ver, há toques de manifestações antissemitas em relação a Israel e uma dificuldade muito grande de uma certa ala da academia e do setor progressista de classificar como terrorismo. E não tem outra classificação possível, porque você teve ataques deliberados a alvos civis”, opina.
“É muito difícil de entender os pesos e medidas. Não é difícil você classificar uma ação como essa de terrorismo, repudiá-la, se solidarizar com o povo israelense e, ainda sim, pregar a solução de dois Estados (...). A resposta de Israel é igualmente indefensável, porque também mira civis e inocentes”, completa.
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