O Paço Imperial está localizado na Praça XV de Novembro, no centro da cidade do Rio de Janeiro, e foi construído no século XVIII para ser a residência dos governadores da Capitania do Rio de Janeiro. Com o passar dos anos, o edifício passou a ser utilizado como casa de despachos, sucessivamente, do Vice-Rei do Brasil, do Rei de Portugal Dom João VI e dos Imperadores do Brasil.
O projeto original do Paço Imperial foi concebido pelo engenheiro militar português José Fernandes Pinto Alpoim, e a construção começou em 1738, sendo inaugurada em 1743. Durante a construção, Alpoim aproveitou os edifícios pré-existentes no local, o Armazém Real e a Casa da Moeda, e acrescentou dois pisos novos com janelas com pequenas sacadas e molduras de vergas curvas, na época uma novidade no Brasil. No interior, há uma bela portada em pedra de lioz e vários pátios para a circulação, e o acesso aos pisos superiores se dá por uma bela escadaria. Até 1808, a Casa da Moeda e o Real Armazém continuaram a funcionar no térreo.
Em 1763, com a transferência da sede do Vice-Reino do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, a Casa dos Governadores passou a ser a casa de despachos do Vice-Rei, o Paço dos Vice-Reis. Em 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, o edifício foi promovido a Paço Real e passou por adaptações para receber o Príncipe-Regente (e depois Rei) Dom João VI.
Nessa época, o Paço sofreu diversas alterações, sendo acrescentado um novo andar central à fachada voltada para a Baía da Guanabara. Os interiores foram redecorados e o Paço ganhou uma Sala do Trono, onde ocorria a tradicional cerimônia do Beija-mão. Também foi construído um passadiço ao vizinho Convento do Carmo, onde se instalou a Rainha D. Maria I. Para a aclamação do rei Dom João VI foi construída a "Varanda", um anexo monumental entre o Paço e o Convento do Carmo, onde se realizou a cerimônia. A mesma Varanda foi utilizada nas coroações de D. Pedro I e D. Pedro II.
Após a Independência do Brasil, o edifício passou a Paço Imperial, sendo chamado também de Paço do Rio de Janeiro, funcionando como despacho e residência eventual para D. Pedro I e depois para D. Pedro II. No interior, há uma sala, o Pátio dos Arqueiros, que ainda mantém a decoração em estuque original da década de 1840. Neste período, a fachada recebeu o acréscimo de uma platibanda em torno do terceiro andar e que ocultava o telhado. Foi no Paço Imperial que, em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I decidiu ficar no Brasil e não voltar a Portugal (Dia do Fico). Também foi em uma das salas do Paço que a Princesa Isabel assinou, em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea, libertando os escravos.
Após a Proclamação da República, em 1889, as propriedades da Família Imperial e seus bens foram arrestados e leiloados. O Paço foi transformado em Agência Central dos Correios e Telégrafos. A decoração interna - estuques, pinturas e decoração - foi destruída e dispersa. A platibanda foi retirada para a expansão do terceiro andar, que passou a ocupar toda a extensão do prédio. O pátio central foi ocupado e a fachada alterada com a introdução de frontões em estilo neo-colonial. Em 1938, houve o tombamento do prédio e somente em 1982 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional restaurou o Paço à forma que tinha em 1818.
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