O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, discursou, na quarta (28), na abertura do seminário preparatório para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27), que acontece em novembro, no Egito, e destacou o papel do agro brasileiro na produção sustentável de alimentos.
A partir desse encontro organizado pela CNA, a entidade irá elaborar um documento técnico, como em anos anteriores, para levar o posicionamento dos produtores nas negociações do Acordo de Paris e mostrar as ações da agropecuária brasileira que conciliam produção de alimentos com sustentabilidade ambiental.
Na abertura do seminário, o presidente da CNA falou que o evento é o início de uma "jornada rumo aos objetivos do acordo mundial sobre as mudanças climáticas que irá pautar o desenvolvimento econômico, social e ambiental no mundo nas próximas décadas".
“Teremos um grande desafio para retomar o crescimento econômico pós-pandemia, uma vez que precisamos garantir segurança alimentar e energética com menor emissão de gases de efeito estufa”, disse o presidente da CNA.
Este cenário, ponderou, apesar de impor pesadas obrigações, também acena com oportunidades para o Brasil. “Somos um país gigante em biodiversidade e sustentabilidade e, particularmente da atividade agropecuária, que se adequa à mais rigorosa legislação ambiental e pratica uma agricultura de baixa emissão de carbono”, ressaltou.
Esse conjunto de soluções climáticas, segundo João Martins, permite ao país deter elevado grau de resiliência produtiva e garante ao Brasil amplas condições para cumprir seu papel de alimentar 1 bilhão de pessoas sem recuar dos seus compromissos internacionais.
Martins lembrou que o Brasil foi desafiado a produzir mais e melhor e agora terá a oportunidade de fazê-lo, “fornecendo não só comida e energia limpa, mas também soluções de descarbonização para aqueles países que precisam cumprir outras prioridades”.
O presidente da CNA também destacou que o Brasil não recuou de suas obrigações ambientais, sendo inclusive exemplo de alimentos sustentáveis e de elevado percentual de energia limpa em sua matriz energética.
Desta forma, afirmou, as estratégias brasileiras devem ser apresentadas na COP-27 para demonstrar todo o esforço do País em controlar o aumento da temperatura média do planeta.
“Será o momento de discutirmos qual o papel do setor agropecuário nas obrigações e benefícios que resultam do compromisso. Reunimos relevantes conceitos desses eventos que são essenciais ao entendimento das negociações na conferência do clima”.
As contribuições do setor aos negociadores brasileiros na conferência serão apresentadas no próximo dia 18 de outubro, para reiterar “o comprometimento do produtor rural com a redução de gases de efeito estufa e o importante papel da agricultura brasileira no cumprimento das nossas metas frente ao acordo do clima”.
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