O documentário é um diálogo intelecto existencial do diretor com um estagiário de história face ao patrimônio histórico de Campinas no local onde a cidade nasceu. Mas não é nem uma louvação das origens (o mito fundador da cidade), nem uma desconstrução pós moderna. Muito menos é uma denúncia jornalística do que quer que seja. É um documentário feito por um educador de história que problematiza a própria história na qual está inserido e a si mesmo, em diálogo com um estagiário de história. Também é uma tentativa de resgate de uma história não só apagada, mas de políticas públicas iniciadas anteriormente a partir da memória de lutas por uma inclusão de sujeitos negros (escravizados e seus descendentes) nesta história local, com o seu padrão de exclusão já secular. Os indesejáveis da história, os feios, os escravos, os negros descendentes de escravizados, os trabalhadores, de modo geral, sempre são continuamente apagados da história oficial da cidade. Pior ainda, a própria história da cidade também é atropelada pelo capital imobiliário, constantemente. Apesar de tudo, os excluídos da história, inclusive o próprio diretor, teimam em permanecer presentes numa realidade que não os enxerga. Produtora Rota Mogiana
