O tema ganhou bastante força nos últimos meses e novamente virou assunto nos últimos dias, quando John Textor prestou depoimento em Brasília, em sessão da CPI das Apostas Esportivas, presidida pelo senador Jorge Kajuru.
O dono do Botafogo tem feito diversas acusações, afirmando categoricamente que há manipulação no futebol brasileiro e que alguns clubes foram beneficiados em edições recentes do Campeonato Brasileiro. Chegou a citar um clássico entre Palmeiras e São Paulo, dizendo que o clube do Morumbi tinha jogadores comprados em campo. Diz também ter provas do que diz, embora ainda não tenha apresentado nada além de um relatório produzido por uma inteligência artificial que aponta desvios de comportamento dos atletas nas partidas.
Na segunda-feira, Textor apresentou o conteúdo de 180 páginas aos senadores em reunião secreta. Na parte aberta do depoimento, nada muito novo a ser considerado, a não ser momentos de vergonha alheia por parte de certos políticos que fogem completamente de seus papéis e fazem considerações constrangedoras, como pedir contratações ao dirigente de seu clube do coração. Como toda CPI no Brasil, sempre há potencial para virar circo.
Ainda assim, como é um tema extremamente sério e relevante, é fundamental ter muita responsabilidade ao tratar do assunto. Sem descartar a possibilidade de haver irregularidade (até pelo histórico recente de envolvimento de jogadores em apostas esportivas), mas também sabendo diferenciar os estágios de uma investigação. Indícios não são provas. Nem por isso devem ser descartados, mas isso pede maior responsabilidade na escolha do tom e do teor do discurso adotado. Algo que Textor não fez bem desde o início do processo. E que até por isso o colocou, mais do que como protagonista, como alguém que não tem meio termo: ou será um elemento fundamental de uma revolução no futebol brasileiro ou será apenas mais um dirigente fanfarrão, passional e irresponsável, caso as supostas provas se mostrem infundadas ou insuficientes.
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