Definição
Ela é uma doença inflamatória crônica da coluna axial, que se manifesta com vários sinais e sintomas.
Os mais comuns são: dor nas costas crônica, e rigidez progressiva da coluna.
Outros sinais e sintomas: mobilidade da coluna vertebral prejudicada, anormalidades posturais, dor nas nádegas, dor no quadril, artrite periférica, entesite e dactilite
Etiologia
Até o momento, a causa permanece amplamente idiopática.
Parece haver correlação entre a prevalência de Espondilite Anquilosante em uma determinada população, e a prevalência do Antígeno Leucocitário Humano, o HLA B vinte e sete.
Epidemiologia
Normalmente a Espondilite Anquilosante é diagnosticada em pessoas com menos de 40 anos.
80% dos pacientes, desenvolvem sinais e sintomas com menos de 30 anos.
É uma doença mais prevalente entre os homens.
Existe um risco aumentado de desenvolver a doença em parentes de pacientes afetados.
Fisiopatologia
A entese é o local onde os tendões se ligam ao osso.
A patologia primária das espondiloartropatias é a entesite, que é a inflamação da entese, se torna um processo crônico, incluindo linfócitos T CD4, CD8 e macrófagos.
As citocinas, em particular o fator de necrose tumoral alfa, e o fator de crescimento transformador beta, também são importantes no processo inflamatório, levando à inflamação, fibrose e ossificação nos locais de entesite.
História e clínica do paciente
Um exame físico minucioso deve ser realizado no paciente, devido à natureza da doença e ao envolvimento de múltiplos órgãos.
A Espondilite Anquilosante tem uma dor inflamatória característica, que apresenta quatro dos cinco critérios a seguir, que são:
Início em pacientes com menos de 40 anos.
Início insidioso.
Melhora com exercício, e não melhora com repouso.
Dor à noite com melhora ao levantar.
Outros sinais também são comumente observados, como:
rigidez da coluna,
imobilidade e alterações posturais,
e hipercifose.
Relembrando que os pacientes podem apresentar várias manifestações musculoesqueléticas axiais e periféricas.
Exames complementares
Normalmente os exames são inespecíficos, mas podem ajudar no diagnóstico.
A Velocidade de hemossedimentação pode estar elevada, assim como a proteína C reativa.
No entanto em valores normais não exclui a o diagnóstico da doença.
Na radiografia, podemos identificar uma sacroileíte que é um importante critério de inclusão.
Outro sinal precoce encontrado na radiografia é o quadrado dos corpos vertebrais,
sendo melhor visualizado na radiografia lateral.
Onde vemos uma perda da concavidade normal das bordas anteriores e posteriores dos corpos vertebrais, devido à inflamação e deposição óssea.
Ainda temos na radiografia, o sinal de adaga, onde observamos: calcificações do ligamento longitudinal anterior, ligamentos supraespinhosos e interespinhosos.
Na Ressonância magnética: pode ser visto lesões inflamatórias ativas da articulação S1, que aparecem como edema de medula óssea.
No entanto, esse edema pode ser visto em 23% dos pacientes com lombalgia mecânica e em 7% de pessoas saudáveis.
Diagnóstico diferencial
Como diagnóstico diferencial, podemos citar:
Dor lombar mecânica.
Estenose do canal lombar.
Artrite reumatóide.
Hiperostose esquelética idiopática difusa
Tratamento
Os principais objetivos no tratamento são:
Aliviar a dor e a rigidez,
Manter o movimento axial da coluna e a capacidade funcional
E prevenir complicações.
Isso é alcançado com intervenções farmacológicas e não farmacológicas.
Nas intervenções farmacológicas, o tratamento de primeira escolha são os antiinflamatórios não esteroidais, com uso diário e no longo prazo.
Devido a isso, os pacientes devem ser reavaliados no período de 4 a 6 semanas.
Se mesmo assim, o paciente não conseguir um alívio adequado das dores. O tratamento pode ser combinado ou substituído por inibidores do fator de necrose tumoral, sendo necessário a reavaliação do paciente após 12 semanas do início dessa medicação.
Nas intervenções não farmacológicas, é orientado o paciente sobre a realização de exercícios físicos regulares, treinamento postural, e fisioterapia.
Referências:
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