Em mais um ataque a ministros do STF, Jair Bolsonaro disse, em conversa com apoiadores no cercadinho nesta segunda-feira (11), que o ministro Edson Fachin se intitulou "o ditador do Brasil".

Fachin, assim como os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, está entre os alvos preferidos de Bolsonaro.

Isso se dá porque Fachin é o atual presidente do TSE, corte responsável por organizar e fiscalizar as eleições, enquanto que Barroso foi o último a presidi-la e Moraes será o mandatário a partir de agosto, e durante o pleito.

A ataque desta segunda-feira ocorreu enquanto Bolsonaro comentava a participação das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral.

"Ontem, o Fachin falou que não tem mais conversa com as Forças Armadas. Eu acho que ele já se intitulou o ditador do Brasil. Estou achando há muito tempo. Quem age dessa maneira não tem qualquer compromisso com a democracia", disse Bolsonaro.

"É um momento difícil, porque o inimigo não é externo, é dentro do Brasil. Está aqui nessa região aqui da Praça dos Três Poderes", acrescentou em discurso semelhante ao que fez na sexta-feira (8) ao homenagear o ex-premiê japonês Shinzo Abe, assassinado no mesmo dia.

O presidente não deixou claro a que fala do ministro ele se referia, mas, em discurso em Washington na quarta-feira (6), Fachin disse que as Forças Armadas podem colaborar, mas não intervir nas eleições.

"Por razões do campo da política, haja quem queira transformar essa participação [das Forças Armadas] numa participação que, ao invés de ser colaborativa, seja praticamente interventiva. E, evidentemente, este tipo de circunstância nós não só não aceitamos como não aceitaremos", afirmara o ministro.

"Colaboração, sim. Intervenção, jamais", completara na ocasião.

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