A P-36 foi a maior plataforma de produção de petróleo no mundo antes de seu afundamento em março de 2001. A plataforma era da estatal brasileira Petrobras e custou 350 milhões de dólares.
Naufrágio
Na madrugada do dia 15 de março de 2001 ocorreram duas explosões em uma das colunas da plataforma, a primeira às 0h22m e a segunda às 0h39m. Segundo a Petrobras, 175 pessoas estavam no local no momento do acidente das quais 11 morreram todas integrantes da equipe de emergência da plataforma. Depois das explosões, a plataforma tombou em 16 graus, devido ao bombeio de água do mar para o seu interior, o suficiente para permitir alagamento que levou ao seu afundamento.
Times de resgate tentaram salvar a plataforma durante o fim de semana seguinte, injetando nitrogênio e ar comprimido nos tanques para tentar remover a água acumulada, mas abandonaram as tentativas.
Causas do acidente
Passavam vinte minutos da meia-noite de quinta-feira quando os 175 petroleiros embarcados na P-36 foram sacudidos por uma violenta explosão. A maioria já dormia e, embora acordar ao som de um estrondo seja uma situação assustadora, principalmente quando se está em cima de uma bomba flutuante, não houve pânico.
Havia razões para a relativa tranquilidade. O primeiro alarme sonoro indicava situação sobre controle. Naquele momento, cinco homens da bem treinada brigada de incêndio da estatal já corriam para tentar debelar o fogo que ardia em um dos pilares de sustentação da plataforma pelos quais passam os tubos de gás e óleo. Ainda assim, como rezam as normas de segurança, todos os embarcados deixaram as cabines e seguiram para as salas de segurança. Meia hora depois, porém, eles estariam vivendo num inferno.
Faltando dez minutos para 1 hora da madrugada, nova explosão. Foi tão intensa que derrubou tetos, deformou os camarotes e levantou até o piso do convés. A partir daí, seguiram-se cenas de terror. Uma segunda equipe de incêndio desceu para ajudar o primeiro grupo e encontrou os companheiros mortos. Mas, ao tentar fazer o salvamento, foi também dizimada por uma terceira detonação. Num ato de extrema coragem, outra equipe de socorro desceu para o local do incêndio.
O que esses homens viram foi pavoroso. Os dez petroleiros das brigadas de incêndio estavam mortos. Seus corpos, estraçalhados. Descobriu-se, naquele momento, que não havia mais nada a fazer. Nem a equipe de incêndio, que havia vinte anos não perdia um homem em acidentes nas plataformas, teria condições de enfrentar a situação.
O vazamento de gás era grande demais. O controle do fogo exigiria a utilização de navios de combate a incêndio no mar, que levariam tempo para chegar ao local. Foi acionada a sirene de shutdown 4, que significa a ordem de abandonar a plataforma. Enquanto parte da equipe fechava os dutos e bombas para evitar novos focos de incêndio e vazamento de óleo no mar, outro grupo tratava de evacuar os embarcados. Vinte minutos depois, os petroleiros começaram a ser transferidos por navio para a P-47, uma plataforma a 12 quilômetros dali. O operador de produção Sergio Santos Barbosa, com 98% do corpo queimado, foi transportado de helicóptero para um hospital no Rio de Janeiro. Foi o pior acidente em plataforma de petróleo no país desde 1984, quando uma explosão na plataforma de Enchova, também na Bacia de Campos, deixou o trágico saldo de 37 mortos.
A plataforma afundou no dia 20 de março, em uma profundidade de 1200 metros e com estimadas 1500 toneladas de óleo ainda a bordo. Segundo a agência nacional de petróleo (ANP) do Brasil, o acidente foi causado por "não conformidades quanto a procedimentos operacionais, de manutenção e de projeto".
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