História do Carnaval de Estarreja
As primeiras referências às origens do Carnaval de Estarreja datam do final do Século XIX.
Dessa altura chegaram-nos notícias das célebres "Batalha das Flores", alegres cortejos da época carnavalesca com carros alegóricos ricamente decorados e engalanados que, sob o patrocínio de algumas firmas e famílias locais, desfilavam pelas ruas de Estarreja, em plenas manifestação de alegria. Estes festejos, que se prolongaram um pouco além do primeiro quartel do século vinte, tiveram o seu termo aquando da morte de alguns dos seus principais promotores. No entanto, estava lançado o fermento do Carnaval de Estarreja.
A alegria carnavalesca estarrejense, moribunda durante alguns anos, mas fervilhante de vontade, não mais se pode conter e, nos idos de sessenta, começaram a aparecer grupos espontâneos que iam proporcionando divertimento e animação junto de algumas centenas de pessoas que, no Domingo e Terça-feira de Carnaval, acorriam à Praça Francisco Barbosa.
O Carnaval de Estarreja começava, então, a tomar algumas proporções. Em 1973 – um ano marcante na viragem da filosofia do Carnaval – os esforços organizativos começaram-se a fazer sentir verdadeiramente. Neste aspecto merece realce o empenho dos Bombeiros Voluntários de Estarreja que, patrocinando uma comissão organizadora, conseguiram melhorar a quantidade e a qualidade dos participantes, tendo-se assistido nesse mesmo ano a um belo desfile, com os carros alegóricos a darem um brilho especial.
A instabilidade política que se viveu no país, principalmente em 1975, atirou o Carnaval para o esquecimento, apenas quebrado por alguns grupos de foliões que teimavam em não deixar morrer a festa.
Nos anos seguintes voltaram a organizar-se desfiles, com carros alegóricos de boa qualidade, grupos apeados, bandas de música e muitos mascarados. Sentiu-se, por isso, que havia a necessidade de melhorar os aspectos organizativos do Carnaval e, em 1978, a comissão organizadora encetou contactos com a Câmara Municipal com vista a obter os necessários apoios logísticos. Foi possível, nesse ano, proceder-se à vedação da Praça Francisco Barbosa, com o desfile a realizar-se pela primeira vez em circuito fechado. Como curiosidade refira-se que o preço do bilhete, nesse ano de 1978, foi de 20$00 por cada pessoa adulta.
Com o apoio da Câmara, o corso começou a tomar outras dimensões. A cobrança de entradas permitiu arrecadar receitas e subsidiar os grupos que, por sua vez, souberam aplicar as verbas recebidas num aumento significativo da qualidade. Em 1983, o aparecimento dos Pimpões, marca um novo estilo nos grupos apeados: muito mais imaginação, muito maior qualidade e exagero nos temas e fantasias que, acima de tudo, entusiasmavam intensamente a assistência. Estava dado o mote para o aparecimento de outros grupos do mesmo género.
Em 1985 surge, pela primeira vez, o Carnaval Infantil, desfile realizado com as crianças das escolas primárias do Concelho, com o objectivo de incrementar o gosto pelo Carnaval.
Em 1986 surgiu o primeiro grupo de samba – Os Carecas – e o Carnaval encetou uma viragem. Voltou-se mais para uma certa tendência brasileira, mas dinamizou-se como nunca tinha acontecido até então.
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