Video elaborado por Igor Rohde
A "Comuna de Paris" – entre 18 de março a 28 de maio de 1871 – foi a primeira experiência de Poder Operário da História. Ela foi afogada em sangue, contabilizando a morte de mais de 30 mil "comunards" e a deportação para as mais longínquas colônias de outros 40 mil operários.
Eugène Pottier – que participou ativamente da Comuna – escreveu, ainda em junho de 1871, escondido em Paris, a letra de A Internacional, que veio a tornar-se o hino dos trabalhadores de todo o mundo. Para evitar a morte, logo depois Pottier teve que emigrar para a Inglaterra.
Inicialmente, A Internacional era cantada com a música da Marselhesa. Em 1888, após a morte de Eugène Pottier, outro operário – Pierre Degeyter – musicou a letra de A Internacional, dando-lhe sua versão definitiva.
Versão brasileira da A Internacional:
De pé, ó vítimas da fome
De pé, famélicos da terra
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai o mal bem pelo fundo
De pé de pé não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo ó produtores
Senhores patrões chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum
Para não ter protestos vãos
Para sair desse antro estreito
Façamos nós com nossas mãos
Tudo o que a nós nos diz respeito
O Crime do rico a lei o cobre
O estado esmaga o oprimido
Não há direitos para o pobre
Ao rico tudo é permitido
A opressão não mais sujeitos
Somos iguais todos os seres
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres
Abomináveis na grandeza
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu
Queremos que nos restituam
O povo quer só o que é seu
Nós fomos de fumo embriagados
Paz entre nós guerra aos senhores
Façamos greve de soldados
Somos irmãos trabalhadores
Se a raça vil cheia de galas
Nos quer à força canibais
Logo verás que as nossas balas
São para os nossos generais
Pois somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo
Pertence a terra aos produtivos
Ó parasita deixa o mundo
Ó parasita que te nutres
Do nosso sangue a gotejar
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol te fulgurar
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A internacional
Bem unidos fazemos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A internacional
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