Existe uma queda de braço entre a União Europeia e a Turquia. Hoje de manhã, o ditador turco, Recep Erdogan, ameaçou abrir as fronteiras, para permitir que milhares de refugiados comecem novamente a entrar nos países europeus. Mais ou menos como no ano passado, quando mais de um milhão de sírios fizeram escala na Turquia, e foram bater nas portas da Alemanha. Esse fluxo foi estancado por um acordo assinado em março deste ano. Por esse acordo, a União Europeia dava uma ajuda financeira, para que o governo turco mantivesse os refugiados na Turquia. Ao mesmo tempo, o governo turco acabou com os atravessadores. Por dinheiro, esses canalhas superlotavam os barcos que cruzavam um pedaço de Mediterrâneo. Pois bem, a Turquia abriga hoje 3 milhões de refugiados. Se abrir as fronteiras, a Europa estará diante de uma enorme crise humanitária. O ditador Erdogan fez a ameaça em resposta a uma decisão tomada, esta semana, pelo Parlamento Europeu. Os chamados eurodeputados pediram a suspensão das negociações, para que a Turquia entre na União Europeia. A suspensão foi uma resposta à repressão medonha, que o governo turco desencadeou contra os responsáveis, verdadeiros ou imaginários, por uma tentativa de golpe de Estado. Foram demitidos 135 mil funcionários públicos, de juízes a professores universitários. As prisões estão lotadas. A Turquia também quer adotar a pena de morte, que não existe mais na Europa. Mas essa história de adesão ao bloco europeu é discutida há mais de 15 anos. Antes, não prosperou, por causa da percepção de que a Turquia não era europeia. Ela era asiática. E hoje também não vai prosperar, porque a eventual livre circulação de trabalhadores turcos, por toda a Europa, atiçaria o fanatismo moral da extrema direita. Uma extrema direita que já está em campanha, para impedir que, no ano que vem, seja reeleita a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Que vem a ser a mesma chanceler que acolheu mais refugiados no ano passado. É assim que o mundo gira. Boa noite.
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