Se a Atlântida tivesse existido as tribos e raças do perímetro dos dois lados do Atlântico se lembrariam dela ou pelo menos possuiriam alguma referência na memória tribal ou em registros escritos. A esse respeito note-se uma curiosa coincidência quanto aos nomes. Os galeses e os antigos ingleses mostravam o oceano a oeste como sendo seu paraíso terrestre, que eles chamavam de Avalon. Os gregos antigos localizavam a ilha além das Colunas de Hércules e chamavam-na Atlântida. Os babilônios diziam que seu paraíso ficava no oceano a oeste e se referiam a ele como Aralu, enquanto que os egípcios localizavam o refúgio das almas "longe, a oeste, no meio do oceano" e chamavam-no, entre outros nomes, de Aaru ou Aalu, ou então Amenti. As tribos célticas da Espanha, assim como os bascos, mantêm a tradição de que se originam do oceano ocidental, e os gauleses primitivos, principalmente os da região ocidental, tinham por tradição que seus antepassados vieram do meio do oceano ocidental devido a uma catástrofe que destruiu sua terra natal. Os árabes acreditavam que os habitantes de Ad existiram antes do grande dilúvio e foram destruídos pelo dilúvio como castigo por seus pecados. As tribos antigas do norte da África preservaram tradições de um continente ocidental e existem registros de tribos chamadas Atarantes e Atlantioi, um mar extinto chamado Attala e, evidentemente, os Montes Atlas. Ao atravessarmos o Atlântico notamos que nas Ilhas Canárias (teoricamente essas ilhas são os topos das montanhas da Atlântida) uma série de cavernas antigas são chamadas Atalaya e seus habitantes, desde os tempos romanos, diziam se lembrar do afundamento da Atlântida. Na América do Norte e do Sul encontraremos uma série extraordinária de coincidências. A maioria das tribos de índios tem lendas contando que vieram do leste ou aprenderam as artes da civilização através de super- homens que vieram de um continente oriental. Os astecas preservaram o nome de sua terra original — Aztlán. Na realidade a própria palavra asteca é derivada de aztlán. Na linguagem asteca (náuatle). atl significa água e essa mesma palavra tem o mesmo significado na linguagem berbere do norte da África. Quetzalcoatl, deus dos astecas e de outros povos mexicanos, era, segundo a tradição, um homem branco, de barba, que veio do oceano para o vale do México e que, terminada sua missão civilizadora, voltou para Tlapallan. O livro sagrado dos maias se refere a um país oriental onde haviam vivido como num verdadeiro paraíso, "onde pretos e brancos viviam em paz" até que o deus Hurakán (Furacão) zangou-se e inundou a Terra. Quando os conquistadores espanhóis exploraram a Venezuela pela primeira vez encontraram uma aldeia chamada Atlán, povoada por índios brancos (foi essa a impressão dos espanhóis) que afirmavam que seus antepassados eram sobreviventes da inundação de sua terra. Entre todas essas coincidências lingüísticas a mais espantosa é, talvez, a nossa própria. O nome do oceano —o Atlântico —no qual nadamos, navegamos ou atravessamos pelo ar, pode ser um elo com a lenda das antigas cidades douradas no fundo do oceano. Evidentemente o nome Atlântico vem de Atlas, o gigante da mitologia grega que sustentava o céu. Mas não seria a história de Atlas uma alegoria de poder, talvez o poder do Império da Atlântida? Em grego, Atlântida significa "filha de Atlas". Lendas de uma grande inundação e do desaparecimento de uma civilização adiantada são encontradas em quase todas as raças, nações e tribos, quer por tradição oral quer em registros escritos. Já houve sugestões no sentido de que nosso registro bíblico do dilúvio e sua similaridade com os registros da Suméria, da Babilônia, da Assíria e da Pérsia, como os de outros povos mediterrâneos, podiam se originar da lembrança de um grande dilúvio no Oriente Médio. Mas será que isso explicaria também as lendas de dilúvio da Escandinávia, da China, da índia e de uma grande maioria de tribos de índios do Novo Mundo, tanto na América do Norte como na do Sul? As lendas de um grande dilúvio, que fazem menção constante a sobreviventes que começaram um mundo novo sobre as ruínas do anterior, existem no mundo inteiro e parecem se referir a um fato real. Evidentemente é preciso pensar que, se a terra fosse toda coberta de água, essa água não teria recuado, pois não teria para onde ir. Portanto podemos concluir que o grande dilúvio, da maneira como é lembrado por seus sobreviventes, se refere a uma determinada inundação, com chuvas e distúrbios climáticos, que deu a impressão, pelo menos para os sobreviventes, de que a terra estava debaixo d'água. Essa lembrança de uma inundação e a memória comum de um paraíso terrestre, de modo geral localizado no meio do Atlântico, assim como as diversas referências de escritores clássicos a essa ilha fascinaram o homem através dos tempos e certamente influíram na descoberta e conquista da América.
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