“Eu sou ingênua, mas minha pintura não”, declara Djanira nos anos 70 quando alguns críticos a denominava de primitiva. Djanira sonhou em ser pintora e nem mesmo as intempéries da vida poderiam impedi-la de pintar. Na exposição Djanira: cronista de ritos, pintora de costumes destaca-se dois pontos essenciais da artista: Djanira, mulher ingênua, mas pintora moderna e Djanira, cronista, pintora andarilha e antropóloga, que retratou o cotidiano de seu país com imenso lirismo poético. Pintora moderna, “não improvisa, não se deixa arrebatar”, como afirmou Mário Pedrosa, e apesar da espontaneidade descrita em suas pinturas, sua ingenuidade está no seu modo de ver, de experimentar a vida, tentando através do traço, da marca, das cores e da fatura plástica no espaço bidimensional da tela, concretizar o sonho. A narrativa apresentada na exposição foi imposta pela própria temática da artista enquanto cronista de costumes: lazer, trabalho, paisagem e devoção. Temas presentes em toda a sua trajetória e trabalhados exaustivamente pela artista.
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