SP - Mesmo debaixo de chuva, protestos contra aumento das tarifas lota as ruas com mais de 10 mil manifestantes
O terceiro ato contra o aumento das tarifas em São Paulo, contou hoje com mais de 10 mil manifestantes, além de ter sido o mais combativo. Um forte aparato militar foi montado, tentando conter a manifestação, em vão, pois como um rio que arrebenta a represa que o detém de seguir seu curso, os manifestantes se defenderam e atacaram como pode.
A manifestação convocada para a Praça dos Ciclistas/Rua da Consolação, teve início às 17 horas e desde seu início já se mostrou combativa, expulsando a equipe de reportagem da Globo, sob vaias e palavras de ordens: "Fora globo" e "A Globo é golpista!". No início da descida da Rua Consolação, começou a chover forte, mas isso não foi motivo para dispersa-los, pelo contrário só fez aumentar a animação. Por onde passavam, recebiam a aprovação dos populares. Na chegada da igreja da Consolação, os manifestantes viraram para o Elevado, que liga à Radial Leste- maior via de acesso de São Paulo, que liga o centro com a Zona Leste a mais populosa.
No túnel do Elevado Costa e Silva os estudantes aceleraram e tomaram toda a pista que liga à Zona Leste e seguiram em frente gritando "Mãos para o alto 3,20 é um assalto!", "Vem, vem pra rua vem, contra o aumento!" e "Quem não pula quer tarifa!" O rastro deixado da fúria da juventude que luta contra o aumento, foi de pichações por todos os lados, pneus e lixo pegando fogo, forma encontrada para chamar a atenção das autoridades e do gerente Haddad (Malddad), que até agora não se pronunciou e não faz menção em atender as reivindicações.
A manifestação teve o clima mais tenso, a partir da descida da Av. Rangel Pestana, próximo ao viaduto do Parque Dom Pedro, quando um Trólebus (ônibus elétrico), foi quebrado e incendiado. Após os policiais conterem o incêndio, os manifestantes seguiram para a entrada do terminal de ônibus Parque Dom Pedro o maior terminal de São Paulo. A tropa de choque bloqueou a entrada e não deixou que os manifestantes circulassem por dentro do terminal e isso causou um embate, onde os policiais começaram a querer impor o fim do protesto e passaram a agredir alguns manifestantes que estavam forçando a entrada, causando uma grande revolta na multidão, que atirou o que viu pela frente, para responder aos tiros de balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta. Houve corre-corre e alguns ônibus foram quebrados e muitos pichados. Dentro do terminal, um grupo que conseguiu romper o cerco, deu o recado aos usuários e também fizeram várias pichações e soltaram rojões, enquanto isso lá fora os manifestantes atacaram uma viatura da ROTA e saíram gritando "Policia assassina!" e "Policia fascista!" Os quatro policiais da viatura saíram com armas em punho (essas não era de balas de borracha), mas os manifestantes seguiram firmes.
Fizeram um rápido bate-papo debaixo da passarela do terminal e avaliaram que iriam subir destino ao Pátio do Colégio e Praça da Sé, lá houve mais confronto. O comando da Polícia ficou desorientado, pois enquanto mais atacavam, mais os manifestantes se espalhavam e por onde passavam deixavam suas marcas de revoltas e indignação. Da Praça da Sé e do Pátio do Colégio os grupos partiram em direção a Av. Paulista, onde o confronto se intensificou e até mesmo uma Guarita da PM serviu de barricada em chamas. Segundo afirmou o tenente-coronel da Polícia Militar Marcelo Pignatari,a policia esta mapeando as pessoas e irá tomar providencias. Em nenhum momento ele mencionou dos excessos e da truculência de suas tropas, que bombardeou toda a cidade, sem poupar a população dos efeitos tóxicos das bombas de gás e spray de pimenta, que chegou a interditar por algum tempo a estação Sé do metrô, pois os usuários ficaram asfixiados. Novamente a juventude mostrou que esta disposta a derrubar o aumento e conclamou um novo ato para o dia 13 de junho - quinta-feira, às 17 horas com a concentração no Teatro Municipal, palco da 1ª manifestação.
O ato dessa terça-feira contou com uma multidão disposta a luta e demonstrou uma grande determinação ao marcharem debaixo de chuva e enfrentarem com bastante combatividade a PM. Não é atoa que a policia prendeu 20 manifestantes, que foram encaminhados para o 78º DP (Jardins), e fixou uma em valores de até R$ 20 mil. Por tanto o ato do dia 13 promete.
Ещё видео!