Artista: MT das Ruas ft. Handriell X
Tema: Lembranças (Bermuda e Chinelo)
Álbum: Oia Oia Esparradão, Vol.2
Ano: 2005

Letra:

Se pá, o som não vai nada desmudar
É que o amor já não constrói
Quanto ódio, episódios
De longe a morte vem que vem
Você não está nada bem.
Agora é menos um irmão na vila

Lembro você de bermuda e chinelo
Sua presença faz falta, moleque
Foi como disse um parceiro de fé
"Tudo vai ser como Deus quiser"
X2

Vai vendo, sangue bom, como esse mundo é cabuloso
Quando a fumaça me atrai, lembro tudo de novo.
Eu vi sua conquista, eu vi seu primeiro oitão
O tempo passa e o crime cresce sem noção, irmão

Foi só o que restou das função na vida dura
Indignado com tudo, ódio na mente, ferro na cintura
Vida suburbana é dois palito pá matar ladrão
Complexo carcerário é 3 mil graus, sabedoria é um dom

Puta pente fino que os capa deu na favela
Lembro de você em cima daquela sequela
Pior, cheirando inconsequente perto dos menor
Quebrou pedra de pó com pedra de dominó

Pé na porta (polícia sobe o gás)
Chegou a hora (ela e o mundo jaz)

Canalha! Matou moleque doido que nunca deu falha
Gentalha é gentalha, covardia invade a área
Só fuzilou a barca porque tinha sentimento
Depende do amor que tiver cravado no seu peito

Sem pai, sem mãe, sem noção da vida
É Deus no céu, menor na fita
Que é pra trincar com os trinta

Cadê você, pra trocar um boné comigo?
Bolar umas ideias, buscar sua calça de abrigo
Cadê você, amigo?
Cadê você, amigo?

[Refrão]

Hoje amanheci na maior expectativa
Vou fazer um clipe, assim como você dizia
Rolou uma pá de comentário lá na vila
Uns capa de pistola vomitou que alguém matou polícia

Que as quadras falou bem mais alto que o estado
Que os infrator de São Mateus tão correndo errado
1533, batizado pelo crime, ó.
Polícia, polícia, nosso time é nosso time

Falei pra você não botar fé em fardado
Cê tá ligado, irmão. Por mim cê não era finado
Nada neste mundo, sangue bom, nos conforta
Quando vê o mundo inteiro quebrando a sua porta
Minha proteção morreu na cruz, farda me incomoda

Lembro dos PM lá na curva fuzilado
Lembro de você assassinado lá no mato

Guerra de justiceiro e facção é só maldade
Que girem os tambores, que lutem pela liberdade
Revolta, dor no sentimento foi o que restou
A poética da vida que aprendi, hoje só traz amor

Periferia ensanguentada, malandro vai que vai
Quando os de baixo se movem, quem tá em cima, simplesmente, cai
Eu lembro de você, de bermuda e chinelo
O pacto de criança, o sonho do castelo

Nosso mundo, realmente, é esquisito
(Saudade...)
E a alma vai pro infinito
Cadê você, amigo?
Cadê você, amigo?

[Refrão]

Ó, ó, onde está o amor? (x7)

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