De autoria do francês Eliphas Levi, Dogma e Ritual de Alta Magia é um dos livros que, além de ser o ápice dos estudos feitos pelo autor, representa uma das obras que mais influenciou as sociedades ocultistas que atuaram em finais do século XIX e início do XX. Além de, para os interessados em magia, ser um dos livros fundamentais que integram a lista de leitura de qualquer estudante sério do assunto.
Publicado no século XIX, o livro de Eliphas Levi abarca uma possibilidade de conciliação entre os preceitos dogmáticos de mistérios antigos que compunham a base de vários sistemas religiosos (inclusive o cristianismo) com um método de investigação que se pretendia ser científico. A metodologia de análise utilizada pelo autor para explicação dos vários teoremas abordados no livro é, principalmente, a analogia. Ou seja, um princípio de equivalência que buscava estabelecer correlações entre elementos diferentes. De acordo com essa análise de Levi, tais elementos manteriam algum tipo de relação ou semelhança influenciando um ao outro através da combinação de seus atributos. Logo, as conclusões provenientes desse tipo de análise se baseavam nas correspondências entre diferentes sistemas e elementos. Essa forma de análise permeia toda a obra.
Estruturalmente o livro é dividido em duas sessões: O Dogma e o Ritual. Ambas com 22 capítulos cada, tendo a segunda parte (Ritual) material complementar que traz um estudo sobre o Nuctemerþon de Apolônio de Tiana.
Em respeito ao conteúdo, o livro trata desde temas fundamentais para estudiosos das chamadas ciências ocultas, como os conceitos de unidade, díade e tríade, até assuntos mais elaborados, como a confecção de instrumentos para os rituais da Arte e como se dá a estruturação das cerimônias mágicas.
Mesmo com as críticas que sofre, Dogma e Ritual de Alta Magia é um livro que demonstra tamanha erudição (devido à inquestionável vastidão de conhecimento do autor, mesmo com suas falhas) que se prova não só quanto ao conteúdo, mas também quanto a forma. Isso fica comprovado com a própria estruturação do texto e em como ele é dividido; a própria numeração de cada capítulo (seja na parte do Ritual, teórica, e do Dogma, prática) mantém uma relação direta com o conteúdo abordado.
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