"'...nessa música não se encontra um caracter perfeitamente típico. A influência das melodias e mesmo do ritmo da música dos norte-americanos é, nesse chôro, bem evidente. Esse fato nos causou surprêsa, porquanto sabemos o compositor um dos melhores autores da música típica nacional. É por este motivo que julgamos esse disco o pior dos quatro que a Orchestra Típica Pixinguinha-Donga oferece-nos esta quinzena!'"
"Foi assim que a revista Phono-Arte de 30.11.1928 (nº 8, pág. 24) apreciou o lançamento desse choro em disco Parlophon nº 12.867-a. Pobre Pixinguinha, jazzificado! Todavia, em junho/51, tentei sua divulgação em RCA 80.0767 e, apesar de vendidos 11.137 discos, não despertou a atenção pública que se interessou mais pela outra face, uma polca. Mas como o que é bom atravessa os séculos, surgiu uma letra, embora só para a 1ª parte. Foi o suficiente. Graças a Deus e a Vinícius de Moraes, tomou-se conhecimento do 'peor' choro de Pixinguinha. Antes assim. (...)"
Informações trazidas por Jacob do Bandolim e extraídas da contracapa do histórico LP "Vibrações", lançado em outubro de 1967, no qual o maior de todos os instrumentistas de choro ofereceu um novo aspecto de "Lamentos", "contando com a proverbial tolerância do autor", segundo o próprio Jacob. E um mês depois, em 18.11.1967, num sarau na casa da pianista Neusa França, em Brasília, Jacob do Bandolim e seus companheiros do Época de Ouro (Dino, Cesar, Carlinhos, Jonas e Gilberto) apresentaram uma nova versão desse que é um dos maiores clássicos do choro brasileiro.
"Lamentos" se tornou um dos números que Jacob sempre apresentava publicamente no fim de sua vida. Um de seus "cavalos de batalha", digamos assim.
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