Seriema
A seriema é uma ave cariamiforme da família Cariamidae. Conhecida também como sariema, seriema-de-pé-vermelho. O nome seriema. Ave símbolo do Estado de Minas Gerais.
Ave típica dos cerrados do Brasil, a seriema possui porte imponente e cauda longa.
Características
Sua plumagem é cinza-amarelada, com finas riscas escuras: abdômen um pouco mais claro, bico e pernas vermelhos. Tem a crista formada por um tufo de penas longas, com cerca de 12 centímetros. É uma das poucas aves que possuem pestanas. Atinge uma altura média de 70 centímetros, podendo chegar a 90 centímetros de comprimento e pesar até 1,4 quilo. O porte dos jovens pode ser igual ao dos adultos e, para diferenciá-los, a cor dos olhos é uma das melhores maneiras. Nos adultos, os olhos são acinzentados; já nos jovens, são amarelados, podendo a cor do bico ser em tom mais escuro.
VOCALIZAÇÃO
Seu canto é marcante, um “kie, kié, kie, kie, kie, kie, kie, ke, ke, ke” podendo ser ouvido a mais de 1 quilômetro. Seus gritos, seja de uma ave solitária, seja de um casal em dueto, são altos e longos. Parecem longas risadas, as quais vão acelerando-se e aumentando de tom à medida que a ave repete o canto. Pode permanecer gritando por vários minutos a fio.
Alimentação
Sua alimentação é semelhante à de um gavião, comendo desde insetos até pequenos vertebrados como roedores, répteis e anfíbios e até outras espéceis de aves. Mata as presas com o bico, uma vez que os dedos são relativamente pequenos e sem garras. Desmembra as presas maiores pisando sobre elas e retirando pedaços com o bico poderoso. Devido ao hábito de comer cobras, é protegida pelos fazendeiros e sitiantes. Pode ficar acostumada à presença humana e frequentar os jardins das casas. Além dos insetos e dos pequenos vertebrados, fazem ainda parte de sua dieta alguns vermes, ovos de outras espécies de aves e frutos.
Reprodução
Faz ninho desde a pouca altura do chão até a 4 ou 5 metros do solo; a árvore tende ser tal que permita a ascensão da ave, em saltos auxiliados por curtas esvoaçadas, até o ninho. Utiliza gravetos e galhos frágeis, forrando-o com estrume de gado, barro ou folhas secas. Põe 2 ovos branco-rosados, manchados de castanho. O casal alterna-se para chocar os ovos, período que dura entre 24 e 30 dias. O filhote nasce com uma penugem amarronzada, fina e longa na cabeça. Depois de duas semanas, abandona o ninho com os pais, levando cerca de 4 a 5 meses para adquirir a plumagem de adulto.
Hábitos
Comum em cerrados, campos sujos e pastagens, sendo beneficiada pelo desmatamento. Anda pelo chão, aos pares ou em pequenos bandos. Se perseguida, foge correndo, deixando para voar somente se muito pressionada, chegando a atingir velocidades superiores a 50 km/h antes de levantar voo. Cansada, voa pequenos trechos antes de pousar e voltar a correr. Vive aos casais, sendo mais facilmente escutada do que observada. De hábitos terrestres, empoleira-se no alto de árvores para dormir. Ao voar, destacam-se as faixas claras e escuras de asas e cauda.Pode eventualmente vocalizar durante a noite (observação pessoal: João de Almeida Prado).
Distribuição Geográfica
Presente em áreas abertas desde o Maranhão e sul do Pará até o oeste do Mato Grosso; presente nos estados da região sudeste e sul do Brasil; ausente em áreas amplamente florestadas da Amazônia. Encontrada também na Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.
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