Na reunião de cúpula dos Brics (bloco dos países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Burban, na África do Sul, os chefes de Estado reunidos anunciaram, nesta quarta-feira, a criação de instrumentos para tentar blindar o grupo da crise econômica internacional. Presidente dos Brics e da África do Sul, Jacob Zuma afirmou que será criado um fundo de reservas de US$ 100 bilhões para socorrer os países do grupo, conforme antecipou O GLOBO nesta terça-feira, além de um banco de desenvolvimento e um Conselho de Empresários com cinco representantes de cada país.
No encontro, Dilma criticou "as mesmas vozes de sempre" que relacionam políticas de combate à inflação com uma redução no ritmo de crescimento econômico.
— Eu acredito no seguinte: esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado. Eu vou acabar com o crescimento do país — indagou — Isso daí está datado. É uma política superada — acrescentou.
Considerada como um aviso ao mercado, a entrevista da presidente foi acompanhada pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
— Nós não achamos que a inflação está fora do controle. Pelo contrário. O que há são flutuações e alterações conjunturais. Mas estaremos sempre atentos— disse.
Dilma disse ainda que 2013 é fundamental para fazer reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e ampliar a presença dos países emergentes.
Em seu discurso, a presidente Dilma Rousseff defendeu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para ela, o ano de 2013 será "central" para promover essas reformas. Desde o governo Lula, o Brasil tem insistido em ganhar um assento permanente no Conselho de Segurança e em ter mais presença no FMI. Dos países dos Brics, Rússia e China têm esse posto.
A presidente citou que, pela primeira vez, em 2012, os países em desenvolvimento atraíram mais investimentos externos diretos do que os países desenvolvidos. Segundo ela, somente os Brics receberam US$ 263 bilhões em investimentos, o equivalente a 20% dos investimentos externos diretos. O Brasil ficou na quarta posição, recebeu em torno de US$ 65 bilhões.
— Resistimos à crise global, que afeta os mercados dos países desenvolvidos, com políticas que reforçam nossa capacidade e nossa estabilidade econômica, nossa capacidade de crescimento.
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