A cicatrização é um processo complexo que resulta na formação de um novo tecido para o reparo de uma solução de continuidade.
Uma evolução normal das fases de cicatrização em um indivíduo hígido geralmente determina uma cicatriz final de bom aspecto estético e funcional. Qualquer interferência nesse processo pode levar à formação de cicatrizes de má qualidade, alargadas e pigmentadas. Dentre as afecções cicatriciais, destacam- se a cicatriz hipertrófica e o quelóide.
O papiro de Smith, em 1700 a.C., já fazia menção à formação anormal de cicatrizes. O quelóide foi primeiramente descrito, em 1806, por Alibert1 . Naquela época, ele denominou o mesmo les cancroïdes, ou seja, lesões semelhantes ao câncer. Mais tarde, em 1816, introduziu, então, o termo quelóide. O termo tem origem do grego: khele (garra, pinça) e oeides (semelhante a)2.
DEFINIÇÃO
Quelóides e cicatrizes hipertróficas ocorrem a partir de hiperproliferação de fibroblastos, com conseqüente acúmulo de matriz extracelular, especialmente pela excessiva formação de colágeno.
O quelóide é uma lesão elevada, brilhante, pruriginosa ou dolorosa, de localização dérmica e que ultrapassa os limites da ferida original, ou seja, invade a pele normal adjacente. Apresenta crescimento ao longo do tempo e não regride espontaneamente. Comumente evolui com recorrência após excisão.
Por outro lado, cicatrizes hipertróficas consistem em cicatrizes elevadas, tensas e confinadas às margens da lesão original. Com freqüência tendem à regressão espontânea, vários meses após o trauma inicial3.
Pela experiência clínica, o autor sênior considera a cicatriz hipertrófica em duas categorias: 1) Cicatriz hipertrófica propriamente dita, já descrita e 2) Cicatriz queloideana, que é a lesão cicatricial sem as características histológicas e evolutivas do quelóide, mas que não regride, mantendo-se definitivamente dura e hipertrofiada.
EPIDEMIOLOGIA
Quelóide somente ocorre em seres humanos, podendo acometer todos os grupos étnicos. No entanto, apresentam preponderância em africanos, asiáticos e indivíduos de pele escura em geral. Não há relatos de quelóides em albinos.
Descreve-se a distribuição do quelóide igualitariamente entre indivíduos de ambos os sexos, dentro de uma mesma faixa etária4. Para Kelly5, entretanto, por causa do maior uso de brincos de orelha em mulheres, haveria uma preponderância no sexo feminino. Pessoas acima de 65 anos dificilmente desenvolvem quelóides. A maioria dos casos se dá na faixa etária entre os 10 e 30 anos6.
Importante, também, é citar a suscetibilidade regional dos quelóides. Os locais mais comumente acometidos são a área pré-esternal (Figura 1), dorso, região cervical posterior, região de deltóide e pavilhão auricular7-10. Por outro lado, são raras as ocorrências de quelóide em pálpebras, pênis, escroto, regiões frontal, palmar e plantar.
A doença tem característica familiar, de mecanismo pouco esclarecido, contudo tem sido proposta herança autossômica recessiva. Nenhum gene específico foi ainda identificado, mas alguns, como HLA-B14, HLA-B21, HLA-BW16, HLA-BW35, HLA-DR5, HLA-DQW3 e grupo sangüíneo A têm sido associados ao desenvolvimento de cicatrização anormal6,4,11,12.
HISTOPATOLOGIA
A localização básica das alterações do quelóide é a derme profunda (reticular). Neste local, as fibras colágenas se arranjam sob a forma de nódulos que aumentam de tamanho e se distribuem de maneira irregular. Nas cicatrizes hipertróficas, o colágeno não é nodular, sendo mais regular e mais delgado com as fibras dispostas paralelamente em relação à superfície.
Além do colágeno, estão presentes substância amorfa e capilares, que tendem a diminuir em favor do aumento do colágeno. A mucina excede na substância amorfa de quelóides e está praticamente ausente nas cicatrizes hipertróficas6. Ao redor dos capilares, encontram-se mastócitos e alguns linfócitos. O número de mastócitos está aumentado em relação à pele normal.
As fibras elásticas estão praticamente ausentes no quelóide, entretanto, podem ser encontradas na cicatriz hipertrófica (Figuras 2 a 7).
Figura 3 - Microscopia de quelóide em maior aumento (100x). Fibras colágenas dispostas predominantemente em forma nodular e, em pequena quantidade, na forma fibrilar. Disposição ao acaso. Colágeno bastante eosinofílico. Muita mucina entre os nódulos de colágeno. Fibras elásticas praticamente ausentes.
QUELOIDES E CICATRIZ HIPERTRÓFICA - CIRURGIA PLÁSTICA
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