Em um novo capítulo da crescente tensão diplomática entre Brasil e Venezuela, o presidente Nicolás Maduro convocou o embaixador venezuelano em Brasília de volta a Caracas para consultas, em protesto contra o recente veto do Brasil à entrada da Venezuela no grupo Brics. Esse gesto é uma sinalização diplomática que demonstra descontentamento, podendo ser um passo inicial para uma possível retirada da representação diplomática da Venezuela no Brasil.
A decisão foi anunciada por Caracas por meio de um comunicado oficial que, além de convocar o embaixador, chamou o encarregado de negócios do Brasil para expressar um forte repúdio à “ingerência” e “declarações grosseiras” de representantes do governo brasileiro. Em especial, as críticas foram dirigidas a Celso Amorim, assessor de relações exteriores do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. O comunicado acusa Amorim de agir como um "mensageiro do imperialismo norte-americano" e emitir opiniões indevidas sobre assuntos internos da Venezuela.
Segundo fontes do governo venezuelano, o posicionamento do Brasil, representado pelo chanceler Mauro Vieira, foi discutido com autoridades venezuelanas durante encontros em Nova York, em setembro, e nas margens da cúpula do Brics em Cazã, na Rússia, onde o veto foi reafirmado. O governo de Caracas vê o posicionamento brasileiro como uma agressão constante, que mina a confiança política e diplomática entre os dois países e ameaça os laços históricos que os unem.
Esse movimento de Caracas sinaliza um agravamento das relações bilaterais, embora não represente ainda uma ruptura completa. Analistas apontam que as declarações de Maduro e as críticas contra figuras do governo brasileiro reforçam a postura de resistência da Venezuela a pressões externas e revelam uma maior aproximação do país com aliados que contestam a influência dos EUA e países ocidentais na América Latina.
A situação atual marca mais um episódio na complexa relação entre os dois países e levanta questões sobre o futuro da diplomacia e dos interesses comuns na região. Observadores destacam que o desenvolvimento dessa crise pode impactar futuras alianças e o papel do Brasil como mediador em temas regionais e no bloco Brics.
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