Esta menina a dançar
Tem um jeito a balançar
Que não deixa de sorrir
No chorinho mais rasgado
Seu corpo tão doirado
Faz o rastilho subir
Finjo que não é comigo
Faço conta não ligo
E ponho os olhos no chão
E ao som do cavaquinho
Faço oração baixinho
Para ser meu seu coração
Esta menina é veneno
Ainda faz um novo aceno
Quer matar-me de paixão
Ao compasso do chorinho
A bater o seu pezinho
Encheu-me de solidão
Não deu conta do estrago
Seu corpo desvairado
O meu peito fez ruir
Pois à luz do seu gingado
Fico logo enfeitiçado
E já não posso dormir
Esta moça está doente
Ela dança impunemente
Bate palminhas na mão
Ela brinca com o vento
Seu corpo dá o tempo
O seu riso é uma canção
E até o surdo se dói
Do choro que ela constrói
Tem que olhar para aprender
E no ronco da cuíca
Ouve-se uma inveja aflita
Por ser ela a estremecer
Esta moça está doente
Ela dança impunemente
Bate palminhas na mão
Ela brinca com o vento
Seu corpo dá o tempo
O seu riso é uma canção
E até o surdo se dói
Do choro que ela constrói
Tem que olhar para aprender
E no ronco da cuíca
Ouve-se uma inveja aflita
Por ser ela a estremecer. Letra: João Lóio. Música: João Lóio. Álbum: Encontros - Canções de João Lóio.
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