No álbum “Afrobrasileiro” de Rafael Soares, cada música recebe uma ilustração do artista Ricardo Cordeiro de acordo com a sua percepção subjetiva da obra musical e de acordo com os quadrantes do Cosmograma Bakongo, ampliando e instigando a percepção do público na descoberta dos símbolos contidos naquela música. Essas ilustrações sem encaixam numa espécie de mosaico, formando uma imagem com rosto de Rafael Soares, resultando na capa do álbum. “Nessa minha busca por raízes e símbolos, dos quais não se distancia a cultura brasileira, eu conheci os pesquisadores Rafael Galante, Kimbwandende kia Bunseki Fu-Kiau ,Tiganá Santana e Leda Maria Martins, que me apresentaram o Cosmograma Bakongo: uma mandala que traz a interpretação do mundo por meio de seus símbolos e quadrantes.
O cosmograma é circular e se movimenta em sentido anti-horário. Dentro deste círculo há uma cruz matricial que antecede a cruz cristã, também chamada de encruzilhada que divide o círculo em quatro quadrantes que informam em cores e momentos, a interpretações da vida. O movimento expiralar não finda e demonstra no tempo e no espaço as múltiplas interações entre vida e morte, ordens físicas e espirituais, nascimento, crescimento, amadurecimento, ciclos solares, passado e futuro, dentre outras concepções de vida e de mundo coexistindo ao mesmo tempo, sem a perspectiva dicotômica do pensamento cristão eurocêntrico.
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